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POLÍCIA

Arma usada para matar Marielle e Anderson foi entregue aos executores pela milícia de Rio das Pedras

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Submetralhadora do mesmo modelo da que foi usada para matar Marielle e Anderson — Foto: Reprodução

A milícia de Rio das Pedras forneceu uma a arma usada para matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, mortos na noite de 14 de março de 2018. O armamento ( uma submetralhadora alemã) foi entregue ao PM Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, intermediário da execução do crime. A informação consta na delação feita à Justiça pelo ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que atingiram as duas vítimas. Macalé foi morto por homens não identificados, em novembro de 2021.

Ele também prestava serviços para a contravenção e seria ligado ainda ao escritório do crime, como são conhecidos pistoleiros que prestavam serviços para milicianos e bicheiros. Segundo Lessa, Macalé mantinha relação de amizade próxima com os irmãos Brazão — Chiquinho Brazão e Domingos Brazão —, desde o início dos anos 2000. A dupla é apontada na investigação da Polícia Federal (PF) como mandante da morte de Marielle.

Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão: presos pela PF em operação do caso Marielle — Foto: Reprodução
Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão: presos pela PF em operação do caso Marielle — Foto: Reprodução

De acordo com o relato de Lessa, Edmilson Macalé foi buscar a arma em Rio das Pedras quase um ano antes das mortes de Marielle e Anderson, em setembro de 2017. Junto do armamento, repassado para Lessa no mesmo mês e ano, vieram dois carregadores com munição e uma exigência: a de que a submetralhadora teria de ser devolvida após a execução, coisa que acabou não acontecendo num primeiro momento. No documento, o executor de Marielle diz ainda que sabia operar com este tipo de arma, por ter utilizado o equipamento quando trabalhou no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM.

Lessa também afirmou que, por ser perito em armas, aprimorou a submetralhadora usada para matar Marielle e Anderson com a aposição de um supressor de ruído, uma espécie de silenciador de disparos. Ele acrescentou ainda que após receber o equipamento fez questão de testar a arma fazendo disparos em um terreno de um motel, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

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Segundo o relatório da PF, apesar de não haver nenhum brasão no armamento, ele foi possivelmente desviado de alguma força de segurança pública.

Neste domingo, a Polícia Federal prendeu preventivamente o deputado federal Chiquinho Brazão, o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. Os dois primeiros, segundo relatório da PF, seriam os mandantes da morte de Marielle Franco. Já Rivaldo, de acordo com o mesmo documento, teria avalizado o crime e seria responsável ainda por tentar obstruir a investigação do caso.

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