RIO BRANCO
Acre em alerta: Febre do Oropouche se espalha rapidamente no estado

Em meio a preocupações crescentes sobre a propagação da febre oropouche, uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus de mesmo nome, o estado do Acre surge em destaque com a terceira maior taxa de positividade nos exames para a doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, por meio do Centro de Operações Emergenciais (COE), o Acre registrou 66 exames detectáveis, resultando em uma taxa de positividade de 43,7% durante a Semana Epidemiológica (SE) 01 a 12 de 2024.
Essa estatística coloca o Acre atrás apenas de Rondônia, com 46,5%, e Mato Grosso, com 44,04%, em termos de positividade para a febre do oropouche. Comparativamente, em todo o ano de 2023, o estado registrou 174 casos da doença, enquanto nos primeiros três meses de 2024, já foram notificados 68 casos. A nível nacional, os casos mais frequentes estão na faixa etária de 30 a 39 anos, tanto em homens quanto em mulheres.
O aumento significativo na detecção de casos da Febre do Oropouche no Acre está intrinsecamente ligado à descentralização do diagnóstico biomolecular para parte dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do país. Em 2023, foram diagnosticadas 832 amostras detectáveis para o vírus Oropouche, enquanto em 2024, até a SE-11, esse número saltou para 3.173 amostras.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, ressaltou que apesar do aumento considerável de casos suspeitos de dengue em relação a 2023, mais da metade dos casos analisados na verdade correspondem à febre oropouche. Ele enfatizou a semelhança dos sintomas entre as duas doenças e a necessidade de estudos mais aprofundados para traçar estratégias eficazes.
Além disso, Pascoal destacou que aproximadamente 60% dos casos inicialmente diagnosticados como dengue e posteriormente identificados como febre oropouche não evoluem para quadros graves. Essa distinção ressalta a importância da mobilização e estudos contínuos no estado para compreender melhor essa doença infecciosa e implementar ações preventivas e terapêuticas adequadas.
A febre oropouche apresenta-se em dois ciclos distintos: o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, é comum infectar macacos, bichos-preguiça e aves silvestres, sendo transmitida por mosquitos como Aedes serratus (Pará) e Coquillettidia venezuelensis (Trinidad).
