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Brasileiro que viveu em hotel por US$ 200 colocou prédio em seu nome

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O brasileiro Mickey Barreto, 49 anos, ficou mundialmente conhecido após o The New York Times revelar que ele viveu como hóspede em um hotel de luxo em um dos metros quadrados mais caros do mundo durante 5 anos pagando apenas US$ 200. O homem encontrou uma brecha na legislação americana para tal feito, mas, não satisfeito com a estratégia, Mickey ainda colocou o prédio todo em seu nome e exigiu que o restaurante concessionário pagasse a ele pelo aluguel.

Ele utilizou uma brecha na lei de Nova York de 1960 para colocar o próprio nome na escritura do edifício New Yorker, que cobra US$ 990 pela diária. Ao programa Fantástico, da Rede Globo, o brasileiro se defendeu “com informações fantasiosas”, conforme descreveu a reportagem.

“Eu sou Mickey Ibrahim Muniz Barreto. Eu ocupo o cargo de Cristóvão Colombo Segundo, Almirante dos Mares, Oceanos, e eu também sou o líder da tribo indígena brasileira chamada ‘A Bela Nação do Sol e da Lua’”, afirmou Mickey ao Fantástico. Ele se diz descendente do desbravador italiano.

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Segundo a reportagem, o brasileiro se chama Marcos Aurélio Canuto Muniz Barreto, e conseguiu compreender uma lei complexa — e se beneficiar dela. Pela lei, ainda em vigor, hotéis de Nova York construídos antes de 1969 que cobrassem naquele ano menos de US$ 88 por semana teriam de dar aos hóspedes um contrato de aluguel por seis meses ou mais. O hóspede teria, então, o direito a se tornar residente permanente.

“A legislação limita o valor que cada proprietário pode cobrar de aluguel em Nova York em certos apartamentos. É uma lei de 1969 que se aplica a diferentes lugares. E, por uma brecha jurídica, os hotéis considerados baratos entraram nessa regulamentação. Aí, Mickey Barreto descobriu que esse hotel tecnicamente está incluído nas regras definidas pela lei”, explicou David Reiss, jurista da Brooklyn School of Law, ao Fantástico.

Processo judicial

O brasileiro entrou com uma ação no Tribunal de Habitação da Cidade de Nova York, em Lower Manhattan. O juiz Jack Stoller decidiu em favor de Barreto e determinou que o hotel “devolvesse imediatamente ao peticionário a posse das instalações em questão, fornecendo-lhe uma chave”.

A propriedade tinha uma entidade cadastrada, o próprio hotel, identificado nos registros de Nova York como Bloco 758, Lote 37. Assim, citando a ordem do juiz, Barreto preencheu a papelada declarando a propriedade.

Já se intitulando proprietário do New Yorker, Barreto foi ao restaurante do hotel e exigiu que o concessionário pagasse a ele pelo aluguel do local. Ele foi ignorado, mas continuou incomodando os funcionários e chegou até a exigir uma reforma completa da portaria.

No ano passado, o hotel conseguiu na Justiça o direito de despejar o brasileiro. Mickey foi morar com o americano Matthew Hannan, que se apresenta como estilista.

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Para Mickey, o namorado tem um título nobre, é o “Dom Fernando”, proprietário dos Estados Unidos e do Canadá, enquanto Barreto se diz dono do resto das Américas. Tudo isso faz parte de um livro que ele publicou e disponibilizou na internet.

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