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POLÍTICA

Na Câmara, comissão reconhece Clarice Herzog como anistiada política

Publicado em

A Comissão de Anistia aprovou de forma unânime, nesta quarta-feira (3/4), o pedido de concessão de anistia à Clarice Herzog. A publicitária é viúva do jornalista Vladimir Herzog, preso, torturado e morto em 1975 pela ditadura militar.

A decisão visa reconhecer a perseguição enfrentada por Clarice Herzog durante os anos de regime militar no Brasil, pela busca por esclarecimentos sobre o assassinato do marido.

A relatora, conselheira Vanda Davi Fernandes de Oliveira, votou favorável ao pedido de desculpas em nome do Estado brasileiro, com reparação econômica de caráter indenizatório.

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“Reparação econômica de caráter indenizatório, em prestação única, pelo período de 25/10/1975 a 5/10/1988, totalizando 13 períodos de perseguição política, correspondendo a 390 salários mínimos, respeitado o teto legal de R$ 100 mil”, esclareceu Vanda.

No evento, houve um pedido formal de desculpas a Ivo, filho de Clarice e Vladimir. Veja:

O julgamento foi realizado no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, junto à audiência pública da Comissão de Legislação Participativa (CLP) sobre os 60 anos do golpe militar de 1964.

Para a presidente da Comissão de Anistia, Eneá de Stutz e Almeida, a decisão tem um simbolismo duplo: uma homenagem às mulheres e marcar a posição de “ditadura nunca mais”. “Para a gente lembrar tudo que aconteceu e para que nunca mais se repita”, destacou ao Metrópoles.

“A CLP entendeu que seria interessante fazer uma homenagem às mulheres e o melhor jeito de fazer homenagem as mulheres no ano de 2024, em que o golpe completa 60 anos, seria juntando as duas coisas e fazendo essa o julgamento desse caso da Clarice Herzog”, explicou Eneá.

Relembre o caso Herzog

Vladimir, ou “Vlado”, como era conhecido, foi vítima do regime militar e seu falecimento, inicialmente registrado como suicídio, foi posteriormente reconhecido como resultado de tortura e maus-tratos sofridos durante interrogatório nas dependências do Departamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) em São Paulo.

O reconhecimento veio em 2013, quando a família obteve na Justiça a alteração em seu atestado de óbito. Desde então, Clarice tem se empenhado em denunciar violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar no Brasil.

Vladimir Herzog foi um renomado jornalista brasileiro, nascido em 1937 na Iugoslávia e naturalizado brasileiro. Atuou como editor-chefe do telejornal “Hora da Notícia” da TV Cultura, em São Paulo.

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