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POLÍTICA

Lula cobra auxiliares publicamente e envia sinal a Lira e ministros do STF

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Na semana passada, como mostra o Radar na edição de VEJA que está nas bancas, Lula ouviu reclamações de ministros do STF sobre a falta de articulação política do governo no Congresso.

“O senhor está numa Champions League, mas o time é de segunda divisão”, disse um ministro a Lula.

Na avaliação dos magistrados, como o governo não entra em campo no Parlamento, acaba deixando a oposição ditar a pauta e fustigar o próprio STF, que vira vidraça em assuntos que deveriam ser encampados pelo governo, como a política de drogas, a questão das saidinhas, entre outros temas.

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No domingo, Lula recebeu no Alvorada o chefe da Câmara, Arthur Lira. Os dois se estranharam publicamente depois de Lira chamar de “incompetente” o chefe da articulação do governo, Alexandre Padilha, classificado ainda de “desafeto pessoal”.

Criticado por supostamente criar dificuldades para o governo por pura vingança, Lira se defendeu dizendo que não era função dele articular a base do governo. O chefe da Câmara repetiu o raciocínio a Lula no palácio. Se o próprio governo, coalhado de ministros vinculados a partidos, não cobra trabalho dos aliados e tenta se aproximar dos deputados, como Lira fará isso sozinho?

Foi esse o recado que Lula retransmitiu aos seus ministros, em público, para fazer uma média com Lira e o Supremo. O governo é político, tem ministros de diferentes partidos e bancadas e é obrigação de cada ministro e de cada partido integrante da Esplanada articular no Parlamento.

“Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington, o Rui Costa, passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B”, afirmou o presidente.

Em parte, Lula está certo. Seu governo tem muito cacique na sombra. Com tantos partidos no governo, não deveria ser difícil formar maioria no Parlamento. O problema, no entanto, é mais profundo e envolve o próprio Lula. Nos dois primeiros mandatos, o petista se empenhava pessoalmente na construção política do seu governo. Recebia deputados diariamente no Planalto, participava de cafés, almoços e jantares sobre articulação.

Nesta terceira temporada no Planalto, Lula mostra-se cansado para fazer esse trabalho de chão de fábrica. Daí a cobrança para que seus auxiliares façam o que ele não tem mais tanta vontade de fazer.

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Como mostra a edição de VEJA que está nas bancas, Lula pena com um governo tomado por intrigas e disputas de poder. Nessa lista de partidos que estão no governo e não contribuem para a articulação, o primeiro da fila é o PT. É como se o partido do presidente também fosse seu maior opositor, ao impedir a aproximação de Lula com setores do Legislativo, criando pautas que estimulam a polarização e desgastam o capital político do chefe do Planalto.

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