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CIDADES

Tragédia provoca alta de preços e falta de alimentos em cidades do interior do Rio Grande do Sul

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Falta de produtos nas prateleiras e insegurança alimentar são algumas das preocupações de cidadãos gaúchos em meio as inundações históricas, que causaram a morte de mais de 110 pessoas. Em Porto Alegre e na região metropolitana do Rio Grande do Sul, além de lojas fechadas, moradores enfrentam a falta de água nas torneiras e nas prateleiras dos mercados.

Em entrevista ao Terra, o jornalista santa mariense Leonardo Catto, 26 anos, que reside atualmente em Porto Alegre, relatou que a falta de água potável engarrafada nos mercados já é uma realidade.

“Fui em alguns mercados e em todos estavam faltando água nas prateleiras. Em um deles, tinha um limite de água por cliente, em outros não tinham o produto. Os clientes estavam comprando refrigerantes ou suco para ter o que beber”, relatou Leonardo.

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Em Santa Maria, os moradores ainda não foram afetados pela falta de alimentos nas prateleiras, mas os preços de alguns produtos têm subido com frequência. O gerente de mídias sociais Matheus Charão, 25 anos, comentou que produtos como o arroz, por exemplo, tiveram um aumento considerável. “O que eu notei que aumentou bastante o preço aqui em Santa Maria foi o arroz. De R$ 27, aumentou para R$ 35.”

A jornalista Nadine Marino, de 28 anos, moradora da cidade de Santiago, relatou que produtos como frutas e legumes já estão em falta nas prateleiras da cidade em que mora. Proteínas de origem animal, além de escassas, também estão com um valor elevado.

“Proteína animal subiu cerca de R$ 2 o kg, ainda não temos acesso às frutas aqui, porque vêm de Porto Alegre”, explicou Nadine. Em Santana do Livramento, na fronteira com Rivera, no Uruguai, produtos de sacolão como pimentão, batata inglesa e tomate, por exemplo, estão custando aproximadamente R$ 50 o quilo.

A aposentada de 66 anos, Tânia Lemes, disse que teve que optar por alguns produtos na hora de fechar a compra no mercado. “Eu até falei para minha filha, vamos comprar somente o básico. Tem coisas que teremos que passar sem. Infelizmente não dá para comer coisa saudável por esse valor”, contou Tânia.

Na cidade em que a aposentada reside, o quilo de pimentão vermelho chegou a R$ 54, o tomate a R$ 20. Segundo Tânia, para quem vive com um salário mínimo e precisa comprar remédios e pagar aluguel, por exemplo, é quase impossível pagar as contas e comprar esse tipo de produto.

Em cidades como São Borja e Uruguaiana, localizadas em regiões que fazem fronteira com a Argentina, as cheias que estão atingindo o Rio Uruguai, além de afetar famílias que vivem próximas às margens do rio, também estão afetando os preços dos produtos de higiene pessoal e do sacolão.

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“A gasolina comum já está por aproximadamente R$ 5,70 e, devido a isso, muitas coisas estão aumentando aqui na região Oeste. As estradas estão travadas, alimentos de sacolão, por exemplo, já estão um absurdo. Aqui em casa, pagamos R$ 14 no quilo da banana”, relatou o jornalista Luis Noal, que vive em Uruguaiana.

Até o presente momento, as cidades do interior não foram atingidas pela falta de água nas prateleiras e nem nas torneiras das casas. Mas os comunicados que circulam nas cidades e na mídia local indicam que as pessoas usem com cautela para não faltar com respeito a ninguém.

 

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