RIO BRANCO
Endividamento atinge quase 80% das famílias acreanas em meio à crise econômica
A situação financeira das famílias no Acre reflete um cenário preocupante, com o percentual de endividamento atingindo 77,8% em maio deste ano, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Embora esse índice seja ligeiramente inferior à média nacional (78,8%), ele se destaca como um dos mais elevados entre os estados brasileiros.
De acordo com a Peic, 37,7% das famílias acreanas estão com contas em atraso, enquanto 14,2% enfrentam dificuldades para quitar seus débitos. Roraima foi o estado com o maior nível de endividamento (89,9%) no período analisado. Além disso, 16 unidades federativas apresentaram índices acima da média nacional. Em relação à inadimplência, o Rio Grande do Norte liderou com o maior percentual de famílias com contas em atraso (53,8%), enquanto o Amazonas registrou o maior número de famílias sem condições de pagamento das dívidas em atraso (20,0%).
O aumento do endividamento das famílias brasileiras reflete a crescente demanda por crédito, aproveitando a redução dos juros. A queda da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 10,50%, tem incentivado o acesso ao crédito. O percentual de famílias que se consideram muito endividadas atingiu 17,8% em maio, indicando uma preocupação com o nível de comprometimento financeiro.
A inadimplência, que se refere às famílias com dívidas ou contas em atraso, manteve-se em 28,6% em maio, demonstrando estabilidade em relação ao mês anterior. No entanto, o percentual de famílias sem condições de quitar suas dívidas aumentou para 12%, sinalizando uma pressão financeira crescente.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada mensalmente pela CNC, fornece indicadores essenciais para compreender o perfil do endividamento e a capacidade de pagamento dos consumidores. Com o crédito desempenhando um papel crucial na economia, o monitoramento desses indicadores é fundamental para avaliar o impacto do endividamento nas finanças familiares e na economia como um todo.