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Atlas da violência revela impacto desproporcional: mais de 280 mulheres mortas em 10 anos no Acre, maioria negras

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Nos últimos dez anos, o Estado do Acre testemunhou um cenário alarmante de violência contra as mulheres, com um total de pelo menos 289 vítimas de violência letal, de acordo com o recente Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em colaboração com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados revelam uma realidade preocupante, onde mais de 80% das mulheres assassinadas no Acre entre 2012 e 2022 eram negras. Essa estatística reflete um padrão nacional, onde as mulheres negras são desproporcionalmente afetadas pela violência letal, em comparação com as não negras. Do total de 289 vítimas, 80,3% eram mulheres negras, enquanto apenas 19,7% eram não negras.

O Atlas da Violência 2024 destaca a importância de considerar o racismo estrutural e institucional, a interseccionalidade entre gênero e raça, e a falta de políticas específicas de proteção para esse grupo vulnerável, como fatores fundamentais para compreender os altos índices de violência. Mulheres negras enfrentam uma maior exposição a fatores geradores de violência, tornando-as mais vulneráveis a essas situações.

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Em relação às taxas de homicídio de mulheres negras em 2022, o Acre se posicionou ligeiramente acima da média nacional, com 4,5 mortes por 100 mil habitantes, em comparação com a taxa nacional de 4,2. O estado também se destacou como o terceiro com a maior redução nos crimes contra mulheres em 2022, registrando uma queda de 20,3%, ficando atrás apenas do Tocantins e do Distrito Federal.

Enquanto alguns estados apresentaram redução nas taxas de homicídios femininos, outros testemunharam um aumento preocupante em 2022. Roraima, Mato Grosso e Paraná foram os estados com as maiores variações de aumento. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 ressalta a necessidade de um olhar mais específico sobre a violência contra as mulheres na região da Amazônia Legal, onde as taxas de Mortes Violentas Intencionais são significativamente superiores à média nacional.

Esses dados reforçam a urgência de ações efetivas e políticas públicas direcionadas para a proteção e o combate à violência contra as mulheres, especialmente as mulheres negras, em todo o país e, em particular, na região amazônica.

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