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Embalagem furada, carne com mau cheiro: mercados vendem produtos submersos na água da enchente no RS
O Procon Municipal de Porto Alegre realizou fiscalizações supermercados onde havia a denúncia de venda de produtos que ficaram submersos na água das enchentes que atingiram a capital gaúcha e outras centenas de municípios do Rio Grande do Sul. Na última ação, no bairro Sarandi, Zona Norte da cidade, na tarde desta sexta-feira, 21, um estabelecimento foi interditado e deverá permanecer sem atividades por cinco dias.
Segundo o Procon, o Supermercado Sarandi ainda recebeu uma multa. O local ficará fechado por cinco dias, até a empresa organizar o estabelecimento para receber clientes e retirar os produtos danificados. O órgão constatou também que o a teto do mercado estava cedendo, o que colocaria em risco clientes e funcionários.
“Estamos fazendo vistoria em diferentes estabelecimentos e hoje constatamos mais um local comercializando produtos que ficaram submersos na água. Encontramos embalagens sujas, furadas e carnes escuras e com mau cheiro”, destaca o diretor do Procon Municipal, Rafael Gonçalves.
Ele acrescenta que a ação de fiscalização do Procon, órgão vinculado à Secretaria de Transparência e Controladoria, irá continuar nos estabelecimentos em outras regiões. A ação desta sexta foi realizada em parceria com as secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Saúde e Ministério Público Estadual.
O Terra ainda tenta contato com o estabelecimento para comentar o caso.
No começo desta semana, outro supermercado, também localizado na Zona Norte de Porto Alegre, foi multado por comercializar mercadorias alimentícias e outros produtos que ficaram submersos na água da enchente.
Entre os milhares de itens vendidos nesta terça-feira, 18, pelo Vantajão Atacado estavam latas de cerveja, latas de ervilha, garrafas de suco, sachês molho, sacos de bombom, baldes de doces e embalagens plásticas de produtos de limpeza amassados. Também foram encontradas manchas de ferrugem em alguns dos produtos.
“Recebemos denúncia de que o local estava vendendo os produtos que ficaram submersos na água da enchente. Encontramos embalagens danificadas, sujas e até furadas”, destacou Rafael. “Comercializar um produto destes é atentar contra a saúde pública”, conclui.
Em nota, o Vantajão Atacado garantiu que, ao contrário do que disse o Procon, “que nenhum produto perecível ou que teve contato com as águas da enchente ficaram na loja para venda”. “Nossa loja permaneceu fechada por 40 dias em função das chuvas e reabrimos depois de realizar todos os procedimentos exigidos. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) recolheu na loja mais de 20 caminhões de produtos que foram inutilizados e destinados a reciclagem e ao Aterro Sanitário municipal”.
A nota do estabelecimento segue afirmando que “toda a loja foi higienizada e limpa com produtos adequados para a desinfecção antes de abrir”. “O Vantajão Atacado assegura os procedimentos adotados que garantem a saúde da população. Além disso, possuímos um programa permanente de controle de qualidade, em todas as lojas, que monitora, diariamente, os produtos que estejam danificados ou impróprio para consumo para que sejam retirados da venda e destinados da forma correta. O nosso compromisso é garantir a qualidade dos produtos comercializados, todos os dias”.
“Por fim, reforçamos nosso compromisso com o momento de reconstrução do nosso estado. Estamos empenhados em garantir a renda, o emprego e o abastecimento da população com total segurança”, conclui.