POLÍCIA
Justiça nega deportação de palestino após PF alegar ligação com Hamas
A Justiça Federal de São Paulo negou a deportação de uma família de palestinos que desembarcou no país na sexta-feira (21/6) para passar as férias. A Polícia Federal (PF) suspeita de que um dos integrantes seja ligado ao Hamas, embora não tenha apresentado provas, até o momento, que corroborem as alegações.
O professor Muslim Abuumar, de 37 anos, está retido na sede da PF no Aeroporto de Guarulhos, na Grande SP, desde sexta. Ele viajou acompanhado da mulher, grávida de sete meses, do filho do casal, de 6 anos, e de sua sogra.
Muslim foi detido pela PF ainda no avião, logo após chegar da Malásia, onde reside. Segundo o advogado Bruno Henrique de Moura, que o representa, o palestino foi levado a uma sala para ser interrogado e questionado sobre preferências políticas, motivações para viajar ao Brasil e se apoia a resistência palestina contra Israel na Faixa de Gaza.
Ainda segundo a defesa, Muslim foi informado de que não poderia entrar no país e que, por isso, seria deportado de volta à Malásia. À Justiça, Moura disse que todo o interrogatório foi feito sem a presença de um advogado ou tradutor e que não foi apresentada nenhuma prova contra o professor ou documento que justificasse o veto à sua entrada no Brasil.
A juíza Milenna Marjorie da Cunha vetou, em caráter liminar, a deportação de Muslim. Na decisão, a magistrada afirma que “não é possível aferir os motivos pelos quais foram impedidos de entrar no Brasil” e deu à PF um prazo de 24 horas para apresentar eventuais provas que justifiquem a retenção dele e de sua família no país.
A mulher, a sogra e o filho de Muslim aguardam os desdobramentos em um hotel próximo ao aeroporto. Os quatro viajaram ao Brasil para passar as férias com o irmão de Muslim, que vive em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista, e tem passagem de volta para a Malásia marcada para sair do Brasil no dia 9 de julho. Segundo a defesa, o grupo estava com documentação em dia.