ENTRETENIMENTO
Aos 30 anos, ex-ator mirim Pedro Malta se dedica à nova profissão e à paternidade
No início dos anos 2000, o rosto de uma criança era ‘figurinha carimbada’ nas novelas da Globo: Pedro Malta, um dos atores mirins mais requisitados da época. Ele, que começou na televisão aos oito anos, preferiu apostar em outro caminho profissional aos 30. Sem trabalhar em novelas há sete anos, Malta agora é escritor e se dedica ao seu primeiro livro e à família.
A obra assinada pelo ator é intitulada As vozes na minha cabeça só falam em versos. Apesar de ser um livro de estreia, Malta já é íntimo da literatura desde muito novo. Em entrevista ao jornal O Globo, ele conta que sempre gostou de ler, por influência da família.
“Cresci num lar onde sempre se leu muito. Sem dúvida alguma, contei com muito apoio por parte dos meus pais”, conta. A obra publicada recentemente, aliás, é a prova de que sempre teve espaço para a literatura em sua vida. As vozes na minha cabeça só falam em versos é um compilado de textos que o ex-ator mirim escreveu desde a infância.
“Sempre gostei de escrever. Para mim, ter o meu mundinho da escrita e poder mergulhar nele era muito importante. Quando montei esse livro, fiz uma compilação de textos que datam desde os meus 11, 12 anos, até os 30. Então é uma verdadeira coletânea de histórias”, explica ao jornal.
Pedro Malta também garante que a nova escolha profissional tem tudo a ver com a atuação, ocupação pela qual ficou conhecido nacionalmente. “Pelo fato de ser ator e ter tido contato com autores, sejam de novelas, de peças de teatro, da dramaturgia em geral, tive muita chance de poder trocar feedback. Eu nunca deixei realmente de dar atenção à escrita, ainda que a minha área primária tenha sido a atuação”, afirma.
Vontade de voltar para as telas
A estreia de Pedro Malta nas novelas foi em 2002, com o folhetim das seis Coração de Estudante. Ele interpretava Lipe, filho do biólogo Eduardo, vivido por Fábio Assunção. Passados mais de 20 anos da primeira exibição, o ator conta que ainda é reconhecido pelo personagem.
“Eu mudei pouco, esteticamente falando. Acho que ainda consegui conservar grande parte das minhas feições de quando era mais novo. Outro aspecto é ter tido a sorte de ter participado de obras que se tornaram tão icônicas”, opina.
Malta ainda admite que guarda com carinho as memórias de quando contracenava com Fábio Assunção. “A minha relação com o Fabio Assunção foi algo muito marcante. Acho que é uma das relações entre pai e filho mais reconhecíveis que a gente tem nos últimos anos na TV. As pessoas falavam que parecia realmente pai e filho”, declara.
No entanto, ele não quer deixar a atuação apenas na lembrança. Mesmo apostando na carreira de escritor, o ex-ator mirim revelou que ainda pensa em voltar à TV, seu primeiro ambiente profissional.
“Eu não poderia simplesmente querer deixar de lado esse passado. Então ele continua vivo e ativo. Sinto saudade não só do que diz respeito à prática em si, mas do próprio convívio diário com outros colegas. Fui criado nesse ambiente de estúdios e de palcos, então sinto falta do aconchego que trazia”, argumenta.
A saudade é sentida, mas a vontade de continuar na literatura também permanece. “Eu consegui encontrar esse preenchimento total dentro da escrita. É muito mais um sentimento de nostalgia do que um lamentar. Hoje eu me diria saudoso do ambiente de TV como alguém que sente falta da escola, por exemplo”, diz ao jornal.
Pai de primeira viagem
O ex-ator mirim não só cresceu como formou sua própria família. Aos 30 anos, Pedro Malta é pai de Dante, de pouco mais de 1 ano. A criança é fruto da relação com Fernanda Lacerda, com quem está casado há três anos. Para o ator e escritor, a paternidade foi uma conquista.
“Eu tinha muitas responsabilidades desde criança, sempre tive uma vida muito disciplinada no que diz respeito a trabalho, a cuidar dos outros e desenvolver uma carreira. As pessoas que estavam envolvidas nisso eram da minha família. Sempre fui um cara muito família. Então, poder coroar isso agora com a chegada de um filho foi excelente”.
Pedro Malta ainda contou ao jornal O Globo que pensa em aumentar a família, mas em um momento oportuno. “Definitivamente, queremos ter mais filhos, mas entendemos que agora não é o momento. Para fazer essa minha nova carreira, construir algo bacana para ele e deixar o melhor legado possível, eu preciso focar nisso, dar tudo de mim no trabalho e tornar esse meu sonho da escrita em algo mais concreto”, conclui.