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RIO BRANCO
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ENTRETENIMENTO

Ex-passarinha do ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ relembra início como empresária: “Racismo me paralisou”

Publicado em

Quem é da década de 1990 tem grandes chances de já ter visto – ou ouvido – Dilma Campos na telinha. Na época, a bailarina era uma das “Patativas” responsáveis pelo famoso refrão: “Passarinho, que som é esse?”, no programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum.

Quase 30 anos depois, a voz de Dilma continua ecoando por aí, mas para outro público. A bailarina é hoje CEO da Nossa Praia, empresa focada em ESG (governança social, ambiental e corporativa). Este ano, Dilma palestrou em Cannes pela primeira vez, compartilhando suas experiências de inovação e criatividade no ramo da sustentabilidade.

A Nossa Praia atende grandes nomes do mercado, como Meta, Paramount e, mais recentemente, Coca-Cola. A chegada em tal posição levou tempo e foi marcada até mesmo pelo racismo.

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Ao Terra, Dilma conta que empreender por necessidade. Havia anos que ela trabalhava com eventos, e mesmo vendo seus amigos serem promovidos e assumirem cargos de chefia, ela continua no mesmo lugar.

“Isso começou a me incomodar bastante” relembra. “Acho que foi a primeira vez na minha vida que, realmente, o racismo estrutural tinha paralisado o meu crescimento, porque sempre ele esteve presente”.

A arte e a mudança para o ESG

A relação de Dilma Campos com o mundo artístico vem desde a infância. Seu primeiro trabalho foi ainda com 13 anos, como assistente de uma professora de balé. Ela recebia apenas um valor que ajudava a família, nada muito substancial. A empresária lembra que sua carteira de trabalho foi assinada pela primeira vez em um musical. Com 19 anos, veio o Castelo Rá-Tim-Bum.

Em “vários corres” ao mesmo tempo, Dilma já trabalhava com a produção de eventos quando integrava o programa de televisão. Aos 22, com o entendimento de que queria ocupar o espaço de executiva, ela lutava para fazer uma faculdade de Comunicação.

“Com os meus 39 anos, eu resolvi que eu iria empreender, até para poder fazer essa virada, porque eu queria muito chegar aos meus 40 anos estando num lugar como vice-presidente ou presidente de uma empresa”, afirma.

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A organização, que não se mantém com a mesma configuração inicial, nasceu focada em diversidade e inclusão. O termo “ESG” só veio a aparecer no futuro, cunhado pelos próprios clientes.

“A empresa não nasce dizendo que é ESG, mas ela nasce falando de diversidade e inclusão, ela nasce falando de gestão de resíduos, falando que a gente precisa mitigar a questão dos gases que a gente emite. Teve um momento que começo a perguntar para os clientes: ‘Por que você é nosso cliente?’. E eles falavam: ‘Ah, porque você é ESG, porque você é a representação do ESG'”, relembra.

Com essa percepção, Dilma decidiu, então, abraçar o conceito e estruturar ainda melhor a sua empresa para focar nas melhores práticas de meio ambiente, social e governança.

“O movimento empreendedor é um pouco o espelho da vida, são as construções e reconstruções que a gente precisa fazer da gente mesmo e também do negócio”, reflete.

Três vezes em Cannes

Dilma Campos já participou por duas vezes como jurada das premiações do Cannes Lions, que reconhece o trabalho criativo no mundo corporativo. Este ano, porém, sua participação foi diferente: ela se juntou a outras duas referências do empreendedorismo feminino, Erlana Castro e Paula Trabulsi, para palestrar no evento francês.

“O tema da nossa palestra era como incorporar o ESG na situação criativa. A nossa provocação ia ser ouvida por algumas pessoas, mas a gente também não imaginou que uma foto da nossa palestra fosse aparecer na página principal do festival”, comenta Dilma, que celebrou, enquanto uma mulher negra, brasileira e de mais de 50 anos, dividir um espaço de relevância com pessoas como Elon Musk.

 

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