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CIDADES

Jornada Inconveniente: meninos de 14 anos viajam 2 dias de barco para jogos escolares no Acre

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A participação de jovens atletas nos Jogos Escolares do Acre se tornou um exemplo de superação e resiliência, mas também de uma situação preocupante. Oito adolescentes de 14 anos, jogadores de futsal do Jordão, enfrentaram uma jornada de dois dias em um bote de alumínio pelo rio Tarauacá para disputar a competição em Rio Branco.

A viagem, que se iniciou na segunda-feira (14), foi marcada por dificuldades. O baixo nível do rio, histórico para o período, obrigou os atletas e a comissão técnica a puxar o bote por trechos, em condições desafiadoras e perigosas. A falta de equipamentos de segurança, como salva-vidas e a ausência de um profissional de saúde na embarcação, geraram grande preocupação entre os pais dos alunos.

“É um crime fazer essa viagem com essas crianças, sem qualquer segurança”, questiona um pai, temeroso com a situação. “O rio é raso, cheio de pedras e arraias. E se acontecer um acidente?”.

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A situação se agrava ainda mais com a informação de que a primeira partida do time só deve ocorrer na quarta-feira (24), após o adiamento do início dos Jogos Escolares para a próxima semana (22). Isso significa que os atletas, após a viagem de dois dias de barco, passarão quatro dias em Rio Branco e retornarão para Tarauacá, onde enfrentarão mais três dias de viagem de volta para Jordão.

Apesar das dificuldades da viagem, a Secretaria de Educação garante que os alunos estão recebendo suporte com hospedagem e alimentação. A assessoria da SEE justifica a viagem de barco por um problema logístico, e afirma que a volta dos alunos para Jordão será feita de avião.

A situação levanta questionamentos sobre a logística e a segurança dos Jogos Escolares no Acre, especialmente para alunos de regiões de difícil acesso. A falta de planejamento e a priorização de soluções mais baratas, em detrimento da segurança e do bem-estar dos atletas, colocam em risco a integridade física e emocional dos jovens participantes. É fundamental que a SEE revise seus protocolos e garanta condições adequadas de transporte e segurança para todos os alunos que participam da competição.

A saga dos jovens atletas do Jordão serve como um alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura e logística para garantir a participação justa e segura de todos os alunos nos Jogos Escolares. É preciso garantir que a busca pelo esporte e pela superação não se torne um risco à saúde e à vida dos jovens atletas.

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