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Após protestos, Espanha impõe medidas contra turismo de massa
Barcelona planeja aumentar a taxa de turismo para passageiros de cruzeiros que permaneçam na cidade por menos de 12 horas, revelou o prefeito da cidade espanhola em uma entrevista neste domingo, 21.
“Vamos propor… aumentar substancialmente o imposto para passageiros de cruzeiros que fazem escala”, disse Jaume Collboni ao jornal El Pais.
A medida foi anunciada depois de uma série de incidentes envolvendo moradores locais enfurecidos com o impacto negativo do turismo de massa na cidade. Duas semanas atrás, manifestantes de Barcelona saíram às ruas gritando “Turistas, voltem para casa” enquanto alguns chegaram a borrifar água em visitantes.
Deseja-se menos turistas e com salários mais altos
De acordo com a plataforma de dados Statista, no ano passado, Barcelona registrou o maior número de embarques e desembarques de passageiros de cruzeiros na Europa, com cerca de 3,6 milhões de pessoas.
A taxa de turismo atual para passageiros de cruzeiros com escala atualmente é 7 euros (R$ 42) por dia.
O prefeito Collboni não informou o valor da nova taxa de turismo, mas seus motivos são claros.
“No caso de passageiros de cruzeiros com escala (menos de 12 horas), há um uso intensivo do espaço público sem nenhum benefício para a cidade e uma sensação de ocupação e saturação”, disse ele.
“Queremos ter um turismo que respeite o destino”, acrescentou Collboni.
Collboni também anunciou no mês passado que a cidade proibirá o aluguel de apartamentos para turistas até 2028. Ele também introduziu outros impostos para turistas.
Novos protestos contra o turismo de massa em Maiorca
Ativistas antiturismo de massa também vem protestos em destinos populares de férias na Espanha, como Palma de Maiorca, Málaga e Ilhas Canárias.
O Instituto Nacional de Estatística de Espanha apontou que no ano passado 14,4 milhões de turistas estrangeiros visitaram as Ilhas Baleares, das quais Maiorca é de longe a maior – seguida por Minorca e depois Ibiza.
O instituto aponta ainda que o número de visitantes internacionais ao arquipélago aumentou 9,1% em relação a 2022.
A culpa pela queda da qualidade de vida local é geralmente atribuída aos visitantes, que elevam os preços, inclusive os custos de moradia. Alguns lugares também enfrentam dificuldades com o que é chamado de turismo de festa.
Maiorca é um desses lugares e quer atrair menos turistas, tolerando apenas aqueles que estão dispostos a gastar dinheiro.
Neste domingo, ativistas planejam novamente convocar novos protestos contra os excessos do turismo de massa.
Há oito semanas, cerca de 10.000 pessoas saíram às ruas de Palma gritando slogans como “Basta!” e “Mallorca não está à venda!”.
O turismo é essencial para Maiorca, sendo responsável por 45% da produção econômica da ilha.
No entanto, muitos argumentam que apenas uma minoria se beneficia do setor, enquanto a grande maioria enfrenta com empregos mal remunerados e sofre com falta de moradia, engarrafamentos, barulho e poluição.