“Eu tive o prazer de trabalhar com a Betty Faria na novela A Indomada. Eu concordo parcialmente com o que ela disse. Várias gestões, por muito tempo, deixaram essa exigência de lado. Beleza, eu concordo com isso. Mas esse tema, hoje, está sendo discutido com força plena e total pela atual gestão do sindicato e a gente tem batido muito nessa tecla da exigência do registro profissional, da valorização dos nossos artistas, dos atores, das atrizes, das respeitabilidade da função ator, atriz e técnico também. Respeitando grandes nomes como o da própria Betty Faria, Fernanda Montenegro, Carlos Vereza, Luiz Carlos Arutin… são as células mais importantes de uma produção e a gente tem uma equipe, desde o dia em que entramos, trabalhando muito pra combater essa prática”, disse ele.
Gross continuou: “Na entrevista, ela é contraditória. Porque ao mesmo tempo que ela fala que o sindicato não cobrou o suficiente nas gestões passadas, ela diz que tem influencers com talento e que ela não pode ser radical. Então ela está sendo contraditória”, disparou ele. “A Betty não aparece no sindicato desde 2003”, completou.
O presidente do Sindicato dos Artistas ainda rebateu uma fala de Betty Faria à respeito de Grazi Massafera. Na ocasião, a atriz disse: “Acontece que o tempo vai filtrar quem tem a vocação, quem vai estudar porque nós temos alguns exemplos de pessoas que foram big brother, a Grazi Massafera que é uma atriz, uma pessoa de muito talento, ela foi, teve chance, muito bonita, tem sensibilidade”.
“Mas ela [Grazi Massafera] foi duramente criticada pela categoria. Duramente. Extremamente simpática, mas talento zero. E depois ela tomou corpo, ela entendeu, ela estudou, ela se dedicou…”, pontuou Hugo Gross. “O que sindicato vem fazendo é que se cumpra a lei. A gente não está aqui proibindo ninguém de trabalhar”, acrescentou.
Ainda no bate-papo com a coluna, o ator criticou a postura de Betty Faria ao ser questionada sobre a volta da novela Água Viva (1980) no Globoplay. O presidente do sindicato bateu na tecla dos direitos autorais. Recentemente, Mateus Solano cobrou pagamento do grupo Globo pela reprise da de Viver a Vida, que foi ao ar em 2009.
“Em um determinado momento, foi perguntado pra ela sobre Água Viva, não é? E ela em nenhum momento pensou em abraçar essa causa que vem tirando o sono de muitos artistas, que é o direito autoral. Independentemente se ela é rica, independentemente se ela precisa, vários precisam pra sobrevivência. É onde os artistas fazem com que as grandes emissoras ganhem muito dinheiro, é no direito autoral. É poder dividir isso que todos os atores e atrizes têm direito”, destacou Gross.
Ele encerrou: “O que nós sempre vamos defender é que a nossa profissão não é menor que as outras profissões, ela não é menor que um médico, que um advogado… elas são iguais, elas têm a mesma igualdade. Essa é a bandeira do Sated, de lutar pelo direito, pela respeitabilidade do artista. E é isso que a gente vem fazendo sempre. É pelo registro profissional, pelo direito autoral, pela igualdade dos atores, das atrizes, dos artistas do nosso Rio de Janeiro”.