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Acre enfrenta pior julho em queimadas desde 2005, com aumento de 184%

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Rio Branco, Acre – O Acre enfrenta uma grave crise ambiental com o aumento exponencial de focos de queimadas, registrando o segundo pior mês de julho desde o início do monitoramento em 1998. Foram contabilizados 603 focos, um aumento de 184% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 212 focos. Os números superam todos os anos desde 2005, quando o estado viveu o maior incêndio florestal de sua história, com 1.136 focos e a destruição da Reserva Extrativista Chico Mendes.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um cenário ainda mais preocupante: de janeiro a julho de 2024, o número de focos de queimadas no Acre foi 184% maior que no mesmo período do ano passado, com 740 focos contra 260.

Os municípios mais afetados são Feijó (139 focos), Cruzeiro do Sul (88 focos), Tarauacá (80 focos), Sena Madureira (67 focos) e Rio Branco (65 focos). Em contraste, municípios como Plácido de Castro (7 focos), Capixaba (6 focos), Epitaciolândia (6 focos), Porto Acre (6 focos) e Assis Brasil (5 focos) registram números significativamente menores.

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A fumaça proveniente das queimadas tem impactado a qualidade do ar em diversas cidades acreanas. Rio Branco, por exemplo, registrou na noite de quarta-feira (31) uma média de 67 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) em 24 horas, mais de quatro vezes o valor mínimo adequado, segundo o sensor do sistema Purple Air instalado na Universidade Federal do Acre (Ufac).

Amazônia em chamas:

A situação no Acre reflete a realidade da Amazônia como um todo, que também enfrenta o pior ano em queimadas desde 2005. O ano de 2024 já contabiliza 24.923 focos, superando os 31.016 focos registrados em 2005.

A seca, que se iniciou mais cedo este ano devido às chuvas abaixo do esperado, agrava a situação. A previsão do fenômeno La Niña para o segundo semestre, que geralmente traz chuvas para a região, ainda não garante uma solução definitiva para a crise, pois a intensidade do fenômeno ainda é incerta.

O Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) atribui a intensificação dos incêndios florestais no Brasil à mudança climática e ao forte El Niño iniciado em 2023. O estado de Roraima foi o mais atingido nos primeiros meses de 2024.

O MMA destaca que o padrão dos incêndios mudou, com 31,7% deles ocorrendo em vegetação primária e 15,5% em áreas desmatadas, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade urgente de ações para conter as queimadas e proteger a Amazônia.

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A crise ambiental no Acre exige ações imediatas e eficazes para combater as queimadas, proteger a floresta e garantir a saúde da população.

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