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ESPORTES

Italiana desiste de luta contra boxeadora reprovada em teste de gênero aos 46 segundos

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A italiana Angela Carini, que compete na categoria até 66kg, enfrentou a argelina Imane Khelif, uma das lutadoras que já foi reprovada em testes de gênero, mas foi autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a participar dos Jogos de Paris-2024, e abandonou a luta após apenas 46 segundos de embate. Segundo a pugilista, o motivo para a desistência foi dor intensa no nariz.

Apesar do tema polêmico, a italiana garantiu que a desistência não teve relação com a situação da adversária. Com apenas 30 segundos de embate, ela foi ao corner arrumar o capacete e, pouco depois, declarou desistir da luta.

“Entrei no ringue e tentei lutar. Eu queria vencer. Recebi dois golpes no nariz e não conseguia respirar mais, estava doendo muito. Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar”, disse Carini.

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Outra atleta que também falhou nos testes de gênero, mas foi autorizada a competir em Paris, é a taiwanesa Lin Yu-ting, que estreia nesta sexta-feira, 2, na categoria até  57 kg.

Reprovadas

Ambas as atletas foram reprovadas no mundial de boxe de 2023, em Nova Delhi, Índia, quando a Associação Internacional de Boxe (IBA) alegou que, após testes de DNA, ficou comprovado que ambas “tinham cromossomos XY e foram, portanto, excluídas dos eventos esportivos”.

Porém, o COI baniu a IBA do circuito olímpico por falhas recorrentes a respeito da integridade e transparência na governança da associação, que foi acusada de manipulação de resultados e corrupção, fazendo com que a organização do boxe na olimpíada ficasse nas mãos do COI.

Conforme o jornal britânico The Guardian, o sistema oficial do COI informa que Imane foi “desclassificada poucas horas antes de seu confronto pela medalha de ouro contra Yang Liu no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Delhi, na Índia, depois que seus níveis elevados de testosterona não atenderam aos critérios de elegibilidade”, enquanto Yu-ting “perdeu sua medalha de bronze após não cumprir os requisitos de elegibilidade com base nos resultados de um teste bioquímico”.

Agora, elas estão autorizadas pelo COI a participar da Olimpíada de Paris, organizada pela própria entidade, com regras de elegibilidade menos rígidas do que as da IBA.

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