ESPORTES
Ginastas voltam ao Brasil com medalha no pescoço e são recebidas com festa mesmo embaixo de chuva
A chuva fina e constante que caiu durante a tarde desta sexta-feira, 9, na capital paulista, não afastou os fãs da equipe brasileira de ginástica artística. Agasalhados para enfrentar o friozinho de 15°C, o grupo se reuniu na fan fest do Time Brasil, no Parque Villa Lobos, zona oeste de São Paulo, para ver de perto as medalhistas olímpicas Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Júlia Soares.
Em contraste com o clima, a recepção foi calorosa. “Isso daqui não tem preço. Acho que a nossa ficha não caiu ainda. Ainda estou tentando assimilar”, disse Lorrane.
Até mesmo a mais experiente da seleção, Jade Barbosa, encontrou dificuldade para tentar traduzir a sensação de conquistar uma medalha olímpica. “É realmente difícil colocar em palavras os nossos sentimentos. Foram muitos treinos, horas de trabalho, muitas gerações para chegar até aqui”, iniciou.
“Essa equipe realmente tem um diferencial, todos temos histórias muito diferentes e temos o mesmo objetivo, nos tornamos uma família nesta caminhada. Tivemos muitas dificuldades até o dia da competição e principalmente no dia da competição, não foi fácil. Nós lutamos até o último minuto e também dependíamos das notas das outras equipes… E quando aconteceu, eu olhei para elas e pensei que aquilo era tudo o que a gente sempre quis”, concluiu Jade.
O peso do bronze sobre o pescoço das atletas inspira outras crianças e jovens atletas da ginástica do Brasil. “A gente sonhou em popularizar o nosso esporte para que as próximas gerações tenham mais oportunidades”, destacou Jade. Um grupo de crianças, que estuda ginástica em uma escola pública da zona norte da capital, acompanhava a coletiva com as atletas. O brilho no olho e as lágrimas em ver de perto os seus ídolos indicam que a popularização do esporte está em andamento.
“Saber que nós somos inspirações é muito gratificante. Sonhem e façam desse sonho um objetivo”, disse Lorrane.
As atletas ainda tentam assimilar a atenção que vêm recebendo. Lorrane explica que, inicialmente, achava que os pedidos para tirar fotos ou dar autógrafos só ocorriam quando elas usavam o uniforme da delegação brasileira. Mas a explosão de número de seguidores nas redes sociais e o assédio dos torcedores, mesmo quando ela estava à paisana, mostram o contrário. O carinho dos torcedores brasileiros, enaltecido por todas elas mais de uma vez durante a entrevista, não passa despercebido, assim como a saudade de comer uma comidinha caseira. Em solo nacional há pouco menos de 24 horas, Lorrane já matou a saudade do bom e velho arroz com feijão.