O Brasil ‘sacudiu a poeira’ da queda na semifinal e, neste sábado, 10, despachou a Turquia, conquistando a medalha de bronze do vôlei feminino nos Jogos Olímpicos de Paris. É o terceiro bronze da seleção bicampeã, que terminou no terceiro lugar nos Jogos de Atlanta-1996 e Sydney-2000.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
Na Arena Paris Sul 1, o Brasil entrou em quadra contra a Turquia às 12h15 deste sábado com certo favoritismo, apesar da derrota na semi. As rivais turcas, por exemplo, buscavam medalha inédita em sua história olímpica e valorizaram a partida.
O começo da partida foi ruim para o Brasil. As turcas começaram o primeiro set abrindo vantagem, com pontos em erros do bloqueio brasileiro e pontos de saque. A resposta veio das mãos de Rosamaria, que assumiu o controle da partida e coordenou a reação no primeiro set.
Ao lado de Thaisa, a oposta comandou a ofensiva brasileira na busca pela virada, fechando a primeira etapa para o Brasil. A equipe de Zé Roberto aproveitou o bom momento no segundo set e, mesmo com o ensaio de reação da Turquia, as brasileiras correram atrás do resultado.
Com boa rotação de Gabi, Rosamaria e Carol, o Brasil faturou a segunda etapa. As turcas reagiram no terceiro set e aproveitaram de sequência ruim e acúmulo de erros brasileiros para fazer o 2 a 1. A final do terceiro set acabou em 25 a 22 para a Turquia.
E, na última etapa, deu Brasil. Com ampla vantagem e o apoio massivo da torcida na Arena Paris Sul 1, as brasileiras abriram 10 pontos de vantagem, amarram o quarto set, com parcial de 25 a 15 e faturaram a partida.
Vitória de Nyeme, Diana, Macris, Thaísa, Rosamaria, Roberta, Gabi, Ana Cristina, Natinha, Carol, Tainara e Julia Bergmann que, sob o comando de Zé Roberto, valorizaram a medalha e trouxeram a honra do terceiro lugar — e o terceiro bronze do vôlei feminino — nos Jogos Olímpicos de Paris.
Campanha quase perfeita
Ao longo de 12 dias, a Arena Paris Sul 1 se tornou o ‘palco’ da seleção feminina de vôlei nos Jogos de Paris. Desde 29 de julho, quando estreou na Olimpíada, a equipe bicampeã despachou as adversárias jogo a jogo, sem perder um único set na fase preliminar.
A começar pelo Quênia, o primeiro confronto olímpico que acabou desconhecido pela equipe brasileira. Vitória maiúscula na estreia pelo Grupo B, com parcial de 25-14, 25-13 e 25-12.
Para as comandadas por Zé Roberto, interessavam os próximos confrontos da fase preliminar. Com gosto de ‘revanche’, a seleção brasileira encarou as rivais do Japão e Polônia, responsáveis por derrotas do Brasil na Liga das Nações de 2024.
E, mesmo com o retrospecto negativo, o Brasil avançou ao mata-mata com 100% de aproveitamento, com três 3 a 0. Contra as japonesas, a seleção venceu e conquistou a classificação já na segunda rodada, com parciais de 25-20, 25-17 e 25-18.
Para encerrar a fase preliminar, a equipe fez uma apresentação de gala contra a Polônia e o maior tempo de um set nos Jogos de Paris: Com parcial de 38 a 36 para o Brasil, o 2º tempo do duelo levou nada menos que 42 minutos, mas mostrou o poderio brasileiro.
De olho no mata-mata, a ex-levantadora Fernada Venturini, em entrevista ao Terra, fez um alerta: “A partir das quartas de final que realmente começam os Jogos Olímpicos. Que acaba sendo o jogo de vida ou morte dos países classificados. Não pode perder”.
Como quem prevê o futuro, a medalhista de bronze em Atlanta-1996 teceu elogios à seleção da República Dominicana, que disputou as quartas contra o Brasil. E, no mata-mata, as brasileiras deram continuidade à ‘campanha ideal’.
Em busca da vaga na semi, as brasileiras fizeram outro ótimo duelo contra as dominicanas e, com parciais de 25-22, 25-13 e 25-17, conquistaram a possibilidade de definir o lugar na disputa pelo ouro contra os Estados Unidos.
A decisão teve gosto amargo para a seleção feminina, invicta até então, que sofreu a derrota contra as estadunidenses por 3 sets a 2 e agora encararia a briga pelo bronze. Entre as atletas, o sentimento era de que o terceiro lugar ‘era pouco’, como citou a bicampeã Thaisa.
“Deixamos escapar em alguns momentos muito importantes em que a gente sabia o que ia acontecer, não podia ter pecado em algumas situações, mas tem um grande time do outro lado que a gente sabia que ia ser difícil, e agora é tentar sofrer, sofre, chora, dói, vive o luto”, desabafou a veterana.
E, sob as palavras do treinador Zé Roberto Guimarães, as mulheres do vôlei valorizaram a medalha. O abatimento que se deu após a derrota não deu as caras neste sábado, na Arena Paris Sul 1, e as jogadoras celebraram, com orgulho, a vitória sobre a Turquia.