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CIDADES

Avião que caiu em Vinhedo (SP) tinha sofrido ‘danos estruturais’ em março deste ano

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O avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira, 9, tinha sofrido danos na cauda durante um pouso em março deste ano. De acordo com informações divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, além dos danos, a aeronave também estava com problemas no ar-condicionado, tinha uma falha no sistema hidráulico e vinha passando por uma série de paradas para manutenções.

Em imagens divulgadas com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira, 12, é possível ver as consequências do ‘dano estrutural’. Dá para ver óleo escorrendo em alguns pontos e um ralado na fuselagem que chegou a arrancar a pintura. A estrutura interna de um dos pneus também está exposta.

Segundo uma funcionária da Voepass, empresa dona do avião, cujo nome não foi revelado, um dos pneus estourou no momento da decolagem, e os pedaços da borracha danificaram o sistema hidráulico do ATR.

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“Os colegas de empresa contaram que o pneu desse avião já estava com problema, precisando de troca, mas não foi trocado talvez porque entenderam que estava ok para voo. Ele já estava com problema por conta dessa lesão que pegou na superfície que freia o avião. O avião bateu a cauda no chão. O piloto possivelmente tentou fazer o que pôde, estava dentro dos seus treinamentos, e o que resultou é que contaram que parece que o avião até levantou um pouco o nariz por conta da descompensação”, explicou.

Os danos foram registrados no sistema de manutenção da empresa como causados por uma batida. Já o parecer final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não menciona a colisão com o solo e diz que os danos foram leves.

Por consequência, a aeronave passou por consertos de março a julho. Há 20 dias, alguns funcionários da empresa encaminharam uma denúncia anônima para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre outro problema no mesmo avião. De acordo com eles, havia “um grande vazamento de pressão da porta de serviço”.

Nas imagens anexadas, é possível ver um vão entre a porta e a fuselagem. “Essas frestas você consegue ver o ar, o horizonte. São frestas grandes. Muito barulho, aquele barulho de ventilação, de vento entrando no avião. E isso traz insegurança para o comissário que está ali pousando, decolando, e não sabe o que pode acontecer com aquela porta”, relatam.

Em outro vídeo, desta vez, feito por um passageiro que viajou de Guarulhos (SP) a Cascavel (PR) cerca de sete horas antes do acidente fatal em Vinhedo, é possível ver uma placa de gelo. As informações também foram divulgadas pelo telejornal.

“A empresa colocava a segurança em segundo ou terceiro plano”
Um ex-comissário da Voepass, antiga Passaredo, também fez críticas à manutenção das aeronaves da empresa.

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“A empresa colocava a segurança em segundo ou terceiro plano. Visava mais o lucro e a gente tinha um avião que apelidava de Maria da Fé, pra você ter ideia. Porque só voava pela fé. Porque não tinha explicação de como o avião daquele estava voando”, disse ao Fantástico deste domingo, 11.

Ele pede ainda que todos os funcionários que já passaram pela empresa relatem suas experiências. “Para poder evitar que alguma outra coisa possa acontecer no futuro. Tem muita negligência com a segurança”, conclui.

O acidente

O acidente aconteceu no início da tarde de sexta-feira. A Voepass Linhas Aéreas, companhia aérea dona da aeronave, informou, por meio de nota, que o avião, modelo ATR-72, decolou de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O voo 2283 tinha 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Ninguém sobreviveu.

 

 

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