POLÍCIA
Polícia Civil desmantela rede criminosa em presídio de Cruzeiro do Sul com 14 prisões
Quatorze pessoas foram detidas pela Polícia Civil durante a segunda fase da operação “Elo Quebrado”, realizada em Cruzeiro do Sul nesta quarta-feira, 14. A ação, coordenada pelo Núcleo Especializado de Investigação Criminal, resultou no cumprimento de 14 mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão, todos executados com sucesso. Essa operação tem como objetivo desmantelar práticas ilícitas que ocorrem tanto dentro quanto fora do presídio local.
O delegado Everton Carvalho, que lidera a operação, explicou que as investigações começaram no ano passado, após a apreensão de três celulares e uma quantidade significativa de drogas no presídio Manoel Neri. Essas apreensões levaram à identificação de uma rede criminosa que incluía um policial penal, responsável por facilitar a entrada de substâncias proibidas e aparelhos eletrônicos na unidade. Esse policial, atualmente afastado, recebia pagamentos em forma de depósitos financeiros em troca de seus serviços e atuava em conluio com familiares de detentos que buscavam contornar as medidas de segurança do presídio.
“Essa operação representa uma resposta aos movimentos que acontecem dentro da penitenciária, onde familiares tentam enganar o sistema. Foram realizadas quatorze prisões em Cruzeiro do Sul. As acusações incluem tráfico de drogas, entrada ilegal de celulares na prisão, organização criminosa e corrupção ativa e passiva”, esclareceu o delegado.
Entre os detidos estão mães, esposas e outras visitas dos presos, responsáveis por levar materiais ilícitos para dentro da penitenciária. A polícia também apreendeu uma quantia considerável de dinheiro com um dos envolvidos, suspeito de ser oriundo das atividades criminosas.
Durante a operação, uma mulher foi presa em flagrante ao tentar entrar no presídio com drogas escondidas em suas partes íntimas. “No decorrer da ação, flagramos uma mulher com um invólucro preparado para ocultar durante sua visita a um preso. Coincidentemente, o dia 14 é dia de visita. Assim, conseguimos prender essa pessoa não apenas por um mandado já existente, mas também em flagrante por tráfico de entorpecentes”, destacou o delegado.
Todos os detidos serão levados à Justiça e passarão por audiência de custódia para determinar se permanecerão presos ou poderão responder ao processo em liberdade.
O delegado também enfatizou que até agora as investigações mostram que os familiares envolvidos atuavam por vontade própria, sem coerção dos detentos. “Essas pessoas estavam facilitando a entrada de celulares e drogas no presídio para manter o ciclo criminoso e se beneficiavam disso”, afirmou.
A Polícia Penal do Acre reforçou a fiscalização nas penitenciárias e já flagrou várias tentativas de introdução de drogas e celulares pelos visitantes, que frequentemente escondem esses itens em suas partes íntimas. O delegado elogiou o trabalho da Polícia Penal por interceptar essas tentativas e encaminhar os casos à Polícia Civil, garantindo que os responsáveis sejam processados judicialmente. “É um risco constante. Este ano já registramos diversos casos em que pessoas foram presas tentando entrar com drogas ou celulares nas partes íntimas. A atuação da Polícia Penal tem sido exemplar nesse sentido, encaminhando os casos para nós na Polícia Civil para que possamos tomar as providências cabíveis”, comentou.
A Operação “Elo Quebrado” continua em andamento, com a Polícia Civil investigando outros possíveis envolvidos na rede criminosa.