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Crise Hídrica no Acre: Rio Tejo seco preocupa comunidades indígenas e ribeirinhas

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No interior do Acre, a situação do Rio Tejo, um dos afluentes do Juruá, se tornou alarmante. Localizado na região de Marechal Thaumaturgo, o rio praticamente secou, tornando-se tão raso que pode ser atravessado com um único passo. Em 5 de agosto, o site ac24horas já havia reportado que o nível da água chegava a apenas 10 centímetros, mas a atual escassez transformou o leito em um pequeno riacho.

O Rio Tejo é vital para diversas comunidades, incluindo a etnia Kuntanawa e ribeirinhos locais. Um morador da região compartilhou sua experiência: “Essa foto foi tirada bem perto da comunidade Boa Vista. Recentemente, fomos mais a pé do que de canoa; agora, a canoa não consegue passar mais”, lamentou.

A crise hídrica traz consequências devastadoras. A escassez de água resulta em uma queda acentuada na população de peixes e na caça de animais, agravada pelas queimadas que consomem a vegetação local. Além disso, as plantações enfrentam dificuldades para sobreviver devido à falta de recursos hídricos.

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Haru Kuntanawa, líder da etnia Kuntanawa, descreve o cenário caótico que sua comunidade enfrenta e apresenta propostas urgentes para reverter a situação. “Nossas plantações estão morrendo mesmo com irrigação. A pesca se tornou quase impossível; o rio está coberto de lodo e a água se tornou imprópria para uso”, afirmou Haru. Ele atribui essa crise às queimadas e ao desmatamento desenfreado.

Para ele, é essencial repensar as práticas econômicas na Amazônia. “Precisamos investir no plantio de árvores nativas, recuperar nascentes e igarapés e cultivar palmeiras economicamente viáveis como o açaí e o buriti. O buriti é especialmente importante por sua capacidade de ajudar na recuperação hídrica”, destacou.

Haru enfatiza ainda a importância do conhecimento indígena aliado às técnicas agrícolas modernas para garantir a segurança alimentar das comunidades. “Devemos valorizar os recursos da floresta e os saberes dos povos que nela vivem. É crucial gerar renda para as famílias enquanto lutamos contra a destruição das florestas, resultado da falta de consciência coletiva e da ineficácia das políticas públicas”, concluiu.

A situação do Rio Tejo é um reflexo das ameaças enfrentadas pela Amazônia e destaca a urgência de ações concretas para preservar os ecossistemas locais e garantir um futuro sustentável para as comunidades que dependem deles.

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