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Filha de Ronnie Lessa diz ter mágoa do pai e revela: ‘Já pensei em mudar de nome por causa dele’

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O ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, prestou depoimento por três dias consecutivos ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.

Entre aqueles que acompanharam a sua audiência, que ocorreu de forma virtual, estava sua filha, Mohana Lessa, de 28 anos. “Ver a imagem dele me embrulha o estômago. É difícil olhar para ele, conversar. Olho e penso comigo mesma: ‘O que você fez, Lessa?’ Já pensei em mudar de nome por causa dele. Pelo menos o sobrenome. Pensei em tirá-lo da minha identidade. Mas ele é meu pai, e nunca deixará de ser. As coisas nunca serão como antes. Agora ele tem que assumir e pagar pelo que fez”, afirmou em entrevista à colunista Vera Araújo, do jornal O Globo.

Mohana, que é formada em Educação Física, estava nos Estados Unidos em 12 de março de 2019, data na qual seu pai foi preso pela Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro. Na época, ela tinha 21 anos e estudava em Orlando com ajuda de uma bolsa de estudos.

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“Ele sempre alegou inocência. Chegava a chorar comigo. Hoje entendo que ele fazia isso para se proteger. Eu estudei minuciosamente os processos dele, tentando ajudá-lo em sua defesa. Até as pesquisas que ele fez, eu descobri que eram matérias de jornal. Fui até o advogado dele e expliquei que 70% delas eram de matérias jornalísticas”, disse.

Apesar das provas apontarem seu pai como um dos culpados, ela relatou que o defendeu até o momento em que ele fez a confissão. “Não sabíamos das buscas do CC Fácil [pesquisa feita por Lessa, usando o e-mail de uma pessoa falecida, descoberta pela Força-Tarefa Marielle e Anderson]. O endereço da Rua do Bispo, no dia 12, dois dias antes da morte de Marielle, era a pior prova contra ele, até então. Eu não conseguia aceitar isso, mas continuei sendo sua defensora ferrenha”.

Mudança de vida 

Após a prisão de Lessa, ela precisou retornar ao Brasil para cuidar do irmão e da avó. Em outubro de 2019, sua mãe Elaine Lessa e seu tio Bruno chegaram a ser presos sob acusação de obstrução à Justiça. Eles foram condenados a quatro anos de prisão por acusação de contrabando de peças e acessórios para armas, contudo, a pena foi revertida em medidas socioeducativas e prestação de serviços à comunidade.

“Minha mãe tem muita mágoa do meu pai por tudo que passamos por causa dele. Passei cinco anos defendendo-o, até ele fazer a delação. Fiquei em choque. Eu me dediquei a ele. Engordei 50 quilos com isso tudo. Tenho doenças como TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) e tricotilomania, que se agravaram muito. Hoje faço terapia, tomo quatro remédios controlados e fiz uma bariátrica”, contou.

Mohana também respondeu por processo de contrabando de peças e acessórios de arma de fogo. Segundo Ronnie Lessa, ele pediu para que a filha lhe enviasse o material para montagem de fuzis de airsoft e de pressão a gás. Ela foi absolvida posteriormente.

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Apesar de ser educadora física, Mohana não conseguiu mais empregos na área por conta de seu sobrenome e, atualmente, trabalha como consultora acadêmica, fazendo correções ortográficas e estruturais em trabalhos de faculdade, além de traduções. Já sua mãe, que é formada em Nutrição, trabalha como body piercing. Seu irmão, Igor Lesssa, tem um estúdio de tatuagem em casa.

 

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