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Bocalom usa crise ambiental para esconder crise na educação, dizem pais de alunos e professores
Nesta segunda-feira, 2 de setembro, chega ao fim o contrato provisório de cerca de 1.000 servidores da educação, entre mediadores, cuidadores, professores, merendeiras e outros, da Secretaria de Educação do Município de Rio Branco. Esse problema, no entanto, poderia ter sido evitado caso um processo simplificado que estava em andamento tivesse sido concluído.
Foi na época do cancelamento desse processo que surgiram as denúncias contra o subsecretário de Educação de Rio Branco, Paulo Machado, acusando-o de perseguição, assédio moral, e perseguição religiosa e política. No entanto, nada foi feito pelo prefeito Tião Bocalom em relação às denúncias, a não ser o cancelamento do processo, o que prejudicou os profissionais e agora reflete nos alunos e em famílias inteiras, principalmente no que diz respeito aos mediadores e cuidadores de crianças atípicas, grupo que será mais afetado com a ausência desses profissionais para concluir o ano letivo.
Na manhã desta segunda-feira, um grupo de mães foi ao Ministério Público do Acre (MPAC) e à Prefeitura reivindicar a permanência dos profissionais, a fim de não atrapalhar o desenvolvimento das crianças e lhes proporcionar a educação a que têm direito.
Sob pressão na Educação e diante de uma crise ambiental, em que a qualidade do ar está insalubre, o prefeito Tião Bocalom, junto com seus secretários, anunciou e assinou um decreto que suspende as aulas na rede municipal de ensino público, sob a alegação da escassez de chuvas e da diminuição do nível de umidade do ar, o que é prejudicial para as crianças. A princípio, as aulas estão suspensas até a próxima sexta-feira, 6.
Para os cerca de 1.000 profissionais que tiveram seus contratos encerrados, o decreto é, na realidade, uma tentativa de encobrir a crise na educação, visto que, com o cancelamento do último processo simplificado para a prorrogação dos contratos até o final do ano letivo, agora que o prefeito está impedido de fazê-lo por causa do período eleitoral. Isso também impede a contratação de qualquer concursado do concurso efetivo, que ainda está em vigor no município.
Nos grupos de mães e professores, a preocupação é nítida e tão pesada quanto a fumaça que paira sobre a capital.
Durante a assinatura do decreto, a secretária de Educação de Rio Branco, Nabiha Bestene, foi questionada pela imprensa sobre a situação dos provisórios. Ela garantiu que o que era possível fazer neste momento foi feito, e que é necessário aguardar a manifestação do Juiz Eleitoral sobre autorizar, ou não, a prorrogação dos contratos que venceram hoje, até, pelo menos, janeiro do ano que vem, a fim de concluir o ano letivo.