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GERAL

‘Emocionados’: o que motiva alguém a sempre se apaixonar tão rapidamente?

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Algumas pessoas parecem mergulhar de cabeça em relacionamentos amorosos com uma rapidez e intensidade surpreendentes. Esses indivíduos, que são chamados de “emocionados” nas redes sociais, se caracterizam pela tendência de formar vínculos profundos e íntimos precocemente, muitas vezes sem uma base sólida de conhecimento ou maturidade emocional.

No entanto, esse comportamento pode complicar a vida afetiva de quem escolheu ser intenso nas relações. Mas o que motiva essa atitude tão empolgada? Em entrevista ao Terra Você, a médica psiquiatra, Cíntia Braga, explica.

De acordo com a especialista, as pessoas que se envolvem rapidamente em relacionamentos emocionais costumam apresentar sinais de dependência afetiva, como a idealização precoce do parceiro, a urgência em compartilhar segredos ou a crença de que o novo relacionamento resolverá seus problemas emocionais.  “Também é comum a sensação de vazio ou ansiedade intensa quando estão fora do relacionamento”, diz.

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A psiquiatra explica que diversos fatores psicológicos ou emocionais podem levar alguém a se envolver intensamente e rapidamente em relacionamentos. Alguns deles:

  • Baixa autoestima;
  • Carência afetiva;
  • Medo da solidão;
  • Busca por validação externa;
  • Padrões de apego ansioso, que frequentemente se originam em experiências de abandono ou negligência na infância.

    A médica conta que existem padrões de personalidade comuns entre pessoas que se tornam “emocionadas”. Pessoas com traços de personalidade dependente ou borderline, por exemplo, podem ter maior tendência a esse comportamento.

    “Indivíduos com apego ansioso, que temem a rejeição ou a separação, também costumam apresentar essa predisposição. A impulsividade emocional, comum em pessoas com baixa regulação afetiva, pode ser outro fator relevante.”

    A especialista destaca que o comportamento de se envolver rapidamente em relacionamentos pode levar a ciclos repetitivos de relacionamentos instáveis, com rompimentos frequentes e, consequentemente, impactos negativos na autoestima, ansiedade e depressão.

    Além disso, a dependência emocional do outro pode dificultar o desenvolvimento da autonomia e da identidade pessoal, prejudicando o bem-estar psicológico.

    A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia focada no apego, pode ser eficaz para ajudar pessoas que tendem a se envolver muito rapidamente em relacionamentos a encontrar um equilíbrio emocional e construir relações mais saudáveis.

    “Trabalhar a autoestima e a construção de uma identidade sólida, independente de relações afetivas, é essencial. Além disso, o desenvolvimento de uma maior consciência emocional e de fronteiras saudáveis nos relacionamentos também são aspectos importantes no tratamento”, conclui a médica.

     

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