Karipuna em Chamas: Incêndios e seca ameaçam território indígenas

A Terra Indígena Karipuna, em Rondônia, vive um cenário de destruição e desespero. Apesar do processo de desintrusão ter sido dado como concluído em julho, a presença de invasores e o avanço das queimadas colocam em risco a vida e a cultura dos indígenas Karipuna.

A promessa de segurança e proteção após a desintrusão se torna cada vez mais distante. O território, que já sofria com a ação de grileiros e madeireiros, agora enfrenta a fúria do fogo. Os incêndios, intensificados pela seca, se espalham por áreas próximas à TI Karipuna, como o Parque Estadual de Guajará-Mirim, ameaçando a saúde e o bem-estar da comunidade indígena.

A fumaça tóxica, proveniente das queimadas, invade o território Karipuna, contaminando o ar que os indígenas respiram. A falta de equipamentos de proteção individual e a dificuldade de acesso às áreas mais remotas agravam a situação, colocando em risco a saúde dos indígenas.

A seca, que se intensifica a cada ano, agrava ainda mais a situação. O Rio Madeira, importante fonte de água para a região, está com níveis baixos, sinalizando uma crise hídrica que se soma aos outros problemas enfrentados pela comunidade Karipuna.

A falta de recursos e a priorização de outros estados, como Amazonas e Pará, também são apontadas como um problema. A liderança Karipuna questiona a falta de apoio do governo para combater os incêndios e a seca, que atingem Rondônia com a mesma intensidade.

A situação da Terra Indígena Karipuna é um retrato da fragilidade da proteção ambiental e dos direitos indígenas no Brasil. A desintrusão, que deveria garantir a segurança e a integridade do território, se mostra ineficaz diante da persistência das invasões e da intensificação das queimadas.

É urgente que o governo federal, em conjunto com os órgãos responsáveis pela proteção ambiental e pelos direitos indígenas, tome medidas eficazes para proteger a Terra Indígena Karipuna e garantir a segurança e o bem-estar da comunidade indígena. A situação exige ações imediatas para conter os incêndios, combater a seca e garantir a proteção do território contra novas invasões.