MUNDO
Peru lança ofensiva contra o crime em Lima

O governo do Peru declarou nessa quinta-feira (26) estado de emergência por 60 dias em vários bairros da capital Lima, em iniciativa para combater o aumento do crime, afirmou o primeiro-ministro do país, Gustavo Adrianzén. A medida foi anunciada depois que motoristas de ônibus cruzaram os braços para exigir maior segurança após uma série de extorsões, de acordo com líderes sindicais.![]()
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Adrianzén, anunciou ainda estado de emergência em 12 bairros da região metropolitana de Lima e na cidade vizinha de Callao. A medida dá às Forças Armadas autorização de ir às ruas para ajudar a polícia a manter a segurança na cidade.
O protesto dos motoristas deixou milhares de pessoas paradas nos pontos de ônibus. O governo suspendeu as aulas presenciais na região metropolitana de Lima, pediu que as empresas priorizem o trabalho remoto e deem uma tolerância de quatro horas para o início do expediente de seus funcionários. “Estamos parando pela segurança e também pela falta de empatia do governo após essa onda de extorsões que estamos sofrendo”, afirmou Héctor Vargas, presidente da Coordenadoria de Transportes Urbanos de Lima e Callao, uma das entidades que protesta e que congrega 63 companhias do setor. Um motorista de ônibus foi assassinado no domingo (22) após se negar a pagar uma “cota” a uma gangue de Lima, subindo para quatro o número de motoristas mortos desde o fim de agosto. No ataque de domingo, um passageiro também ficou ferido, de acordo com a polícia.
O órgão estatístico do Peru divulgou estudo em agosto, mostrando que quase 28% da população urbana do país com 15 anos ou mais foram vítimas de um crime entre janeiro e junho desde ano, com aumento de 0,6 ponto percentual em relação a 2023.
O governo da presidente Dina Boluarte anunciou nesta semana a criação de uma unidade especial da polícia para enfrentar a “onda” de extorsões às empresas de transporte, e afirmou que criará um número telefônico para que cidadãos façam denúncias anônimas. “Está horrível tudo isso”, disse Sheyla Sánchez, uma jovem que aguardava ônibus para ir ao trabalho.
“É a única maneira de exigir que o Estado peruano ponha limites nisso. Cada dia piora mais e aumenta a insegurança.”









