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MUNDO

Brasileiras relatam como foi passagem do furacão Milton: “Caos”

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O furacão Milton passou pela Flórida, Estados Unidos, nessa quarta-feira (9/10), destelhando casas, arruinando pontes e devastando cidades, com ventos fortes e chuvas intensas. Devido à força do evento climático, foram contabilizadas, até o momento, pelo menos 16 mortes e mais de 3 milhões de pessoas ficaram sem energia. O Metrópoles entrevistou quatro brasileiras que moram na Flórida para entender o impacto do fenômeno meteorológico na vida dos moradores.

A Flórida foi atingida pelo Milton apenas duas semanas após os efeitos brutais do furacão Helene, cujas consequências mataram mais de 200 pessoas.

Regiões mais afetadas

A brasileira e instrutora de zumba Sandy Bellino mora em Sarasota, Flórida, uma das regiões mais afetadas pelo furacão. Ela revela que a sensação foi de muito medo e impotência.

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“Senti muito medo. Moro aqui há 30 anos e nunca tinha vivido isso, não assim direto na nossa cidade. O desgaste emocional é imenso, você ouve as coisas voando, quebrando e não pode fazer nada. Tem que esperar passar”, contou a brasileira.

Sandy destacou que foram muitos danos na região. “As bibliotecas pegaram fogo, as casas da praia de Siesta Key Beach foram destruídas. Aqui em Sarasota, tiveram nove mortos por enquanto”, disse.

A brasileira conta que não precisou deixar sua casa, pois não era uma área de saída mandatória e que, agora, ela e o marido estão “aguardando o auxílio do governo para empréstimo para consertar tudo”.

Ela ainda revelou que possui um closet pequeno sem janela, onde se abriga e guarda uma sacola pronta com os documentos, como o passaporte. “Deixo também rádio, umas coisas para comer, água e um colchãozinho aqui fora, se precisar, se tiver algum tornado.”

Caos se instaurou

Pamella Cardenuto é uma empresária que mora na região de Winter Garden, perto de Orlando. Ela conta que as notícias sobre o furacão geraram muito medo na população.

“Na segunda-feira o caos se instaurou, porque eram tantas notícias, muitas delas que, ao invés de acalmar, estavam desesperando mais a população. Claro que, segundo os jornais mais sérios, o furacão estava com categoria 3, 4. E, realmente, por alguns lugares por onde ele passou destruiu muito, infelizmente. Mas também houve muita desinformação para gerar likes e engajamento e isso deixou muita gente desesperada mesmo”, afirma Pamella.

A brasileira conta que tem dois filhos e que, “com medo de vir realmente com a força que estava prevista, resolvemos ir para nossa casa em Atlanta, enfrentando mais de 14 horas de trânsito”. “Acho que todos tiveram a mesma ideia [de ir para outras regiões não afetadas pelo furacão].”

“Como moradora daqui há mais de 10 anos, eu e minha família procuramos sempre manter a calma e seguir o que as autoridades nos auxiliam a fazer: mantimentos, água, local seguro, se possível ir para outro lugar fora da rota”, concluiu.

Regiões em que somente as chuvas chegaram

A brasileira e empresária Luciana Bordallo Misura também mora em Winter Garden, perto de Orlando. Ela disse que, no contexto da chegada do furacão, até teve alguma sorte. “Tivemos muito vento e muita chuva até 4h da madrugada, mais ou menos, mas nenhum dano. Não ficamos sem luz, não alagou nada aqui onde moro, não tivemos nenhum dano na casa.”

A consultora imobiliária e colunista social do jornal Brazilian Times, Simone Mocelin, mora em Kissimmee, região onde ficam os parques da Disney, e afirmou que lá os danos do furacão Milton foram menores.

“Algumas regiões próximas ficaram alagadas e sem luz, mas aqui em Kissimmee a energia já foi restaurada. Eu não fui para abrigos, pois preparei minha casa, tampei as janelas com tapume de madeira e segui as orientações das autoridades locais”, disse Simone.

Ela contou que o governo emitia “alertas automáticos no celular da população de tempo em tempo com as atualizações sobre a intensidade do furacão, rotas de fuga e dicas do que ter dentro de casa em caso de ficar sem energia”.

As autoridades também montaram um “centro de distribuição de saco de areia, abrigos diversos”. “As escolas aqui são construídas para servir de abrigo. Além de informação sobre abrigo, sobre onde estacionar caso você precise de um lugar seguro para o carro, disponibilizaram estacionamentos de vários andares para estacionar o carro e fugir dos alagamentos.”

A brasileira disse que não sentiu muito medo, pois mora há 23 anos nos EUA e já vivenciou muitas tempestades. Mas que sempre existe receio diante do tamanho dos danos.

“Expectativa sempre existe. Fui acompanhando a força do furacão pelos canais de comunicação, na esperança de que chegasse fraco à nossa região. Chegou aqui categoria 1, claro que ainda é forte. Dava para ouvir a ventania. Minha casa estava preparada para o furacão e, graças a Deus, não tive prejuízos e nem surpresas desagradáveis. Infelizmente, há áreas de alagamento, e muitas pessoas em uma situação difícil, e o governo tem um programa especial que ajuda a população em caso de catástrofe natural”, diz Simone.

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