CIDADES
Órgãos com HIV: MP denuncia sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta terça-feira, 22, seis sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme. O local era o responsável por realizar exames de sorologia em pacientes transplantados no Estado. Por falha nos testes, seis pacientes receberam órgãos infectados com o vírus HIV.
O MPRJ confirmou as denúncias ao Terra. Os seis acusados vão responder pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Uma funcionária também foi denunciada por falsificação de documento particular.
Encaminhada à Justiça, as denúncias, feitas por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, incluem o pedido de prisão preventiva dos envolvidos. A medida tem o objetivo de assegurar o andamento das investigações.
De acordo com o jornal O Dia, os denunciados são:
Walter Vieira, sócio (está preso)
Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio
Ivanilson Fernandes dos Santos, funcionário (está preso)
Jacqueline Iris Barcellar de Assis, funcionária (está presa)
Cleber de Oliveira Santos, funcionário (está preso)
Adriana Vargas dos Anjos, funcionária (está presa)
Entenda o caso
O laboratório Patologia Clínica Dr. Saleme (PCS Saleme) é investigado como responsável por infectar seis pacientes transplantados com o vírus HIV.
A primeira fase da operação policial aconteceu na segunda-feira, 14. Duas pessoas foram presas e outras duas se entregaram nos dias seguintes. Na sexta-feira, 18, a Justiça manteve a prisão temporária dos quatro funcionários do Laboratório PCS Saleme. A polícia analisa os documentos apreendidos.
O MPRJ diz que os investigados já emitiram dezenas de resultados com falso-positivo e falso-negativo para o vírus HIV, inclusive em exames de crianças. Eles respondem a inúmeras ações de indenização por danos morais e materiais.
A conduta mostra que há indiferença com a vida dos clientes e da população, segundo o MP.
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) apura os falsos laudos emitidos pelo laboratório e instaurou um novo inquérito para investigar o processo de contratação da empresa.
No domingo, 20, aconteceu a segunda fase da Operação Verum, com cumprimento de oito mandados de busca e apreensão e um de prisão. A ação teve o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).