POLÍTICA
Vereadores eleitos de Rio Branco se reúnem e causam ‘medinho’ em ‘caciques e ratazanas’ da velha política
Uma foto, que já circula em vários sites e redes sociais, mostrando cinco vereadores eleitos de Rio Branco em um café da manhã, já recebeu vários títulos: “os fiéis da balança”, “bloquinho”, “meninos da independência”, e até “pequenos”, considerando os partidos pelos quais foram eleitos. A imagem tem tirado o sono de alguns “figurões” articuladores da velha política, onde tudo é combinado e acordado da forma mais sorrateira e cara possível, além de uma vereadora reeleita que pleiteia a presidência da mesa diretora.
Os novatos Márcio Mustafá (PSDB), Zé Lopes (Republicanos), Moacir Junior (Solidariedade), João Paulo Silva (Podemos) e Leôncio Castro (PSDB) prometem fazer a diferença na Câmara Municipal de Rio Branco.
Parece que a velha política e seus métodos terão trabalho para se articular na próxima legislatura no Parlamento Mirim, o que é bastante saudável e necessário para a população e para o próprio parlamento.
A dita fotografia, que reúne os cinco vereadores eleitos no último pleito, revela algo em comum entre eles: todos foram eleitos para o primeiro mandato, sem as “máquinas” de governo, prefeitura e secretarias nas mãos, e sem grandes caciques da política como padrinhos. A maioria veio da iniciativa privada, portanto, não terão que se submeter aos caprichos de outros nomes da velha política, sejam eles com mandatos ou cargos políticos.
A princípio, o doce café da manhã, realizado antes mesmo do início dos trabalhos da próxima legislatura, teve como pauta a discussão de um possível apoio aos candidatos à Mesa Diretora, levantando muitas possibilidades.
Levando em consideração a velha política, o candidato Bruno Moraes (PP) seria um bom nome, pois foi o mais votado. No entanto, na prática, ele ainda é considerado muito novo e inexperiente, apesar de sua expressiva votação. Só terá que se cuidar quando a cobrança desses votos chegar à porta de seu gabinete.
A vereadora reeleita Elzinha Mendonça (PP), que teve a Secretaria de Educação como principal instituição de apoio — o que ninguém fez questão de esconder —, decepcionou em número de votos. Além disso, é vista como a maior opositora da atual legislatura e provavelmente continuará atuando dessa forma, ignorando o apoio do grupo que a elegeu, o que não inspira confiança para ser presidente.
Joabe Lira (PP) pode acabar sendo o nome indicado pelos caciques do PP e pelo prefeito Tião Bocalom, o que pode ser vantajoso para ele.
Enquanto isso, Raimundo Neném, reeleito e atual presidente da Casa, aparenta estar quieto em seu canto, mas nem tanto. Não se surpreendam se ele aparecer como opção para permanecer na presidência, já que seu mandato não enfrentou grandes problemas.
Samir Bestene, também reeleito, não está nada quieto e já começou a se articular, pois quer essa cadeira. Aliás, segundo os vereadores que participaram do café da manhã juntos, Bestene foi o único que já os procurou para conversar.
Em suas redes sociais, o vereador eleito Márcio Mustafá enfatizou o seu compromisso com os eleitores:
“Meu compromisso é claro, como prometi na campanha: sempre buscar o melhor para a população de Rio Branco e honrar cada um dos 3.333 votos que me confiaram. O povo estará sempre em primeiro lugar, acima de qualquer projeto político, pois é para isso que fui eleito. Eu acredito que grandes projetos para nossa cidade são construídos com uma política séria, ouvindo todos os segmentos da sociedade e mantendo um diálogo aberto também com outros parlamentares”, escreveu Mustafá em seu Instagram.
Parece que a velha política terá dificuldades para enfiar suas decisões goela abaixo entre os vereadores, a partir de janeiro de 2025.