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POLÍCIA

Polícia investiga aborto e estupro; corpo de bebê é exumado em Porto Walter

Publicado em

Uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Cruzeiro do Sul exumou, nesta quinta-feira, 24, o corpo de um bebê que foi abortado por uma menina de apenas 13 anos. O caso, que ocorreu no dia 1 de junho deste ano, ganhou notoriedade após a adolescente descartar o corpo em um terreno baldio. O objetivo da exumação é coletar material genético para comprovar a paternidade do natimorto.

O médico legista e perito, Marcelo de Melo Lima, acompanhou a equipe que coletou amostras do corpo, cuja análise deverá elucidar a paternidade do bebê. A menina afirmou que recebeu o medicamento abortivo de Sérgio Souza, conhecido como “Lola”, um ex-candidato a vereador pelo União Brasil. Ele foi preso no dia 14 de junho por estupro de vulnerável e indução ao aborto, permanecendo detido no presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul.

O pedido para a exumação foi feito pelo delegado José Obetânio e acatado pela Justiça. Após a coleta, o corpo da criança foi novamente enterrado. O IML deve emitir um laudo que responderá às questões levantadas pela polícia, ajudando a esclarecer a dinâmica do crime.

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Segundo as investigações, Sérgio teria realizado um PIX de R$ 50 para a adolescente. Ele negou que o valor fosse destinado à compra de medicamentos abortivos, alegando que se tratava de um auxílio para a compra de alimentos. Contudo, a menina insistiu que, além do dinheiro, ele também forneceu os medicamentos.

“Ele disse que o PIX de R$ 50 não era para a compra de abortivo. Mas ela afirmou que, além do dinheiro, ele mesmo forneceu a medicação. A palavra dela deve ser considerada. Representamos pela exumação do corpo para realizar o exame de DNA e comprovar a paternidade”, explicou o delegado Obetânio.

Vale destacar que o aborto é considerado crime no Brasil, e Sérgio “Lola” poderá ser levado a júri popular. Ele é casado e pai de cinco filhos.

Desconhecimento da adolescente

A adolescente contou à Polícia Civil que, após ingerir a medicação abortiva, acreditava que a criança seria “dissolvida” e não imaginava que expulsaria o corpo inteiro. “Ela tem apenas 13 anos. Após tomar a medicação, não sabia o que aconteceria. Pensou que o feto se dissolveria. O aborto ocorreu no banheiro de casa, e ela se apavorou ao ver o corpo inteiro da criança, que acabou sendo descartado em um terreno baldio”, relatou o delegado.

Quando o corpo foi encontrado, a enfermeira Jamila Ferreira da Silva, da Vigilância Epidemiológica de Porto Walter, esclareceu que, devido ao peso e tamanho, o corpo não era classificado como um feto, mas sim como um natimorto. “Com 525 gramas e mais de 30 centímetros, não se trata de um feto, mas de um recém-nascido. O corpo já apresentava características de formação. Imagino que a gravidez deve ter durado cerca de seis meses”, comentou a enfermeira.

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