Cruzeiro do Sul: Falta de UTI pediátrica e semi-intensiva agrava situação da saúde

A falta de leitos de UTI pediátrica e semi-intensiva em Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Acre, coloca em risco a saúde de crianças e adolescentes da região. Segundo dados do observatório da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), os 10 leitos de UTI para adultos estão atualmente ocupados. No entanto, a coordenação de saúde do Vale do Juruá informa que um leito está disponível, divergindo dos dados oficiais.

A situação se agrava pela ausência de leitos semi-intensivos, o que sobrecarrega a UTI, destinada a casos mais graves. Um médico do Hospital do Juruá, que preferiu não se identificar, relata que uma indígena de Feijó, em estado estável e sem necessidade de entubação, ocupa um leito de UTI por falta de opção. “Este é apenas um exemplo dos muitos casos que acontecem diariamente”, afirma o profissional.

A falta de estrutura para crianças também é crítica. O Hospital da Mulher e da Criança de Cruzeiro do Sul possui apenas UTI neonatal, destinada a recém-nascidos. Crianças que necessitam de cuidados intensivos são transferidas via Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para Rio Branco, um processo que demanda tempo e recursos.

A ausência de UTI pediátrica e semi-intensiva em Cruzeiro do Sul, além de comprometer o atendimento a crianças e adolescentes, sobrecarrega a UTI para adultos, colocando em risco a saúde de toda a população. A situação exige ações urgentes por parte das autoridades para garantir o acesso à saúde de qualidade para todos os moradores da região.