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POLÍTICA

Advogado de Mauro Cid diz que Bolsonaro sabia do plano golpista e de matar Lula, e depois recua

Publicado em

Mauro Cid Foto: Agência Brasil

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confirmou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em depoimento prestado na quinta-feira, 21, que o ex-presidente sabia do plano de assassinar o ministro, além do presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin.

Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Mauro Cid, disse em entrevista ao programa Estúdio i, da Globonews, nesta sexta-feira, 22, que seu cliente alegou que Bolsonaro sabia “de tudo” e comandava a organização. “Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização”, afirmou o advogado.

Apesar das declarações, minutos depois, ainda durante a entrevista à Globonews, o advogado disse que não teria falado em “plano de morte”. “O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estava se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido.”

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O advogado se mostrou desconfortável diante dos questionamentos e tentou encerrar a entrevista antecipadamente, após suas declarações. Ele negou estar sob risco de ameaças.

Cid “participou do plano como assessor, verificou os fatos, indicou esses fatos ao seu chefe, que teria toda a liderança, completou.

Ainda de acordo com a defesa, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro era um assessor de reuniões do presidente. Ele negou ter detalhes do que era falado nestes encontros. “O que ele confirmou foi que as reuniões foram realizadas e com quem foi realizada”, afirmou. “[O depoimento] ontem foi apenas o coroamento desses fatos. Agora vem a conclusão e deve ir para a PGR elaborar a denúncia.”

Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na terça-feira, e negou ter conhecimento de um plano para um golpe de Estado em dezembro de 2022. Ele foi convocado para depor após a PF ter acesso a dados apagados do computador dele, e foi interrogado sobre o plano golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes.

Os investigadores não ficaram satisfeitos com o depoimento, e suspeitaram que Cid estaria omitindo informações e nomes. A delação corria risco de ser cancelada. Nesta quinta, 21, Moraes ouviu Cid no STF e decidiu manter os acordos da delação.

 

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