GERAL
Boicote do Carrefour a carnes brasileiras gera repercussão negativa e unidade no setor
A decisão do Carrefour de suspender as vendas de carnes do Mercosul, alegando preocupações ambientais e sanitárias, gerou forte reação no Brasil, sendo considerada por autoridades e representantes do agronegócio como uma medida injusta e hipócrita. No Acre, Luis Tchê (Secretário de Agricultura e Pecuária), Assuero Veronez (presidente da FAEAC), e Jorge Viana (presidente da Apex-Brasil) lideraram as críticas, destacando o comprometimento do setor com práticas sustentáveis e a solidez dos padrões brasileiros.
Tchê refutou a alegação do Carrefour, enfatizando o rigoroso Código Florestal Brasileiro e a crescente adoção de práticas sustentáveis pelos frigoríficos acreanos. Embora tenha minimizado o impacto direto na produção local devido à maior demanda interna, ele expressou confiança na resolução rápida do impasse.
Veronez foi mais incisivo, acusando o Carrefour de protecionismo disfarçado de preocupação ambiental, chamando a atitude de “hipocrisia europeia”. Ele argumentou que a medida prejudica injustamente o agronegócio brasileiro, que exporta carnes para a Europa há décadas sem problemas significativos. Além disso, apontou o boicote como um tiro no pé para o Carrefour, citando a queda no valor de suas ações e o desabastecimento de carne em suas lojas como consequências diretas. Veronez também relacionou a decisão às tensões em torno do acordo União Europeia-Mercosul, ressaltando a competitividade do agronegócio brasileiro em relação ao europeu.
Viana, da Apex-Brasil, destacou as ações conjuntas do governo federal e do setor privado para responder ao boicote, incluindo notas de repúdio e diálogos com autoridades. Ele reforçou a hipocrisia da atitude do Carrefour, que compra e se abastece do agronegócio brasileiro enquanto o critica na Europa. Viana também enfatizou os avanços no combate ao desmatamento e a melhora da imagem do agronegócio brasileiro no cenário internacional, contrastando com a situação durante o governo anterior.
Em resumo, a decisão do Carrefour gerou uma resposta unificada do setor agro brasileiro, que se posiciona contra o boicote, defendendo a qualidade, a sustentabilidade e a competitividade da produção nacional. A repercussão negativa e as consequências econômicas para o Carrefour demonstram a importância do mercado brasileiro e a necessidade de diálogo e respeito mútuo nas relações comerciais internacionais.