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Linhão transforma a energia no Vale do Juruá: Um Marco de sustentabilidade e economia para o Acre

Na segunda-feira, 16 de dezembro, os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves celebraram um dia histórico ao se tornarem parte do Sistema Interligado Nacional. Graças à nova linha de transmissão, conhecida como linhão, a energia elétrica dessas cidades deixou de ser gerada por usinas termelétricas, que consumiam 180 mil litros de óleo diesel por dia, e passou a ser fornecida por fontes renováveis, provenientes de hidrelétricas. Este projeto inovador beneficiará cerca de 100 mil consumidores na região do Vale do Juruá, marcando um avanço significativo na descarbonização da energia na Amazônia.
As obras do linhão foram realizadas ao longo de mais de um ano, sob a supervisão das empresas Transmissora Acre e Zopone, respeitando rigorosamente as normas de engenharia e as diretrizes ambientais. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a nova linha de transmissão, que conecta Rio Branco a Feijó e Cruzeiro do Sul, deve gerar uma economia anual de aproximadamente R$ 240 milhões aos consumidores de energia. Esta economia é resultado da eliminação do uso de 6 milhões de litros de óleo diesel por ano nas centrais geradoras locais. Antes da operação oficial, testes de integridade e confiabilidade foram realizados para garantir a segurança do sistema.
Segundo o MME, essa integração elétrica representa um marco para o Acre, especialmente para Cruzeiro do Sul, que agora conta com um fornecimento de energia mais seguro e sustentável. O gerente comercial da Energias do Acre, Pedro Melo, enfatizou a importância dessa mudança, destacando que a substituição da usina termelétrica por um sistema interligado resultará em uma energia mais limpa e confiável, contribuindo para a redução das emissões de gases poluentes.
A Associação Comercial de Cruzeiro do Sul também reconheceu a relevância dessa interligação, afirmando que ela proporcionará benefícios significativos para a indústria, o comércio e os consumidores locais. O presidente da associação, Luís Cunha, ressaltou que a energia mais barata e abundante permitirá o desenvolvimento regional e atrairá novos empreendimentos.
Ainda no contexto industrial, a empresária Janaína Terças, representante da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), considerou a interligação um marco histórico, eliminando barreiras para o crescimento das indústrias na região. Com a nova conexão, Cruzeiro do Sul se posiciona como um polo atrativo para novos investimentos.
A transição de uma matriz energética baseada em óleo diesel para uma renovável não só traz benefícios econômicos, mas também ambientais. O Governo Federal, por meio do MME, investiu cerca de R$ 700 milhões na interligação, que deve gerar uma economia significativa e contribuir para a sustentabilidade da região.
Importante destacar que o linhão também traz um componente social: as obras passaram por terras indígenas dos Noke Koi, onde diversas iniciativas foram implementadas para beneficiar as comunidades locais. A empresa Transmissora Acre entregou a sede da Associação Geral do Povo Noke Koi, além de infraestrutura de saúde e artesanato, promovendo um desenvolvimento sustentável e garantindo a segurança alimentar das futuras gerações.
Com a implementação do linhão, os desafios históricos enfrentados pela população local em relação ao fornecimento de energia são gradativamente superados. A interligação ao sistema nacional não só melhora a qualidade da energia fornecida, mas também abre portas para um futuro mais promissor e sustentável para o Acre e suas comunidades.
