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GERAL

Imposto do pecado: carros serão mais tributados que armas no Brasil

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Fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR); carros turbinados podem ficar mais caros Divulgação/Volkswagen

Imposto Seletivo (IS), ou “Imposto do Pecado” que integra a proposta de reforma tributária aprovada no Congresso e que agora segue para sanção presidencial, prevê a cobrança de taxa adicional para veículos, cigarros e bebidas alcoólicas, mas isenta outros tipos de produtos, como armas. Já os refrigerantes e outras bebidas açucaradas voltaram ao texto após serem retirados no Senado.

Imposto Seletivo será uma alíquota adicional que incidirá sobre cada produto. Essas alíquotas ainda precisarão ser definidas futuramente, em leis ordinárias específicas. Assim, esses produtos serão tributados em 26,5% — alíquota padrão da tributação sobre bens e serviços estabelecida pela reforma — mais o IS, segundo a Agência Senado.

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A alíquota para veículos será graduada conforme critérios como eficiência energética, reciclabilidade de materiais e emissões de poluentes. Uma das polêmicas está em torno da inclusão de carros elétricos na cobrança.

Incidência de impostos sobre veículos ainda depende de leis complementares — Foto: Vitória Drehmer/Autoesporte
Incidência de impostos sobre veículos ainda depende de leis complementares — Foto: Vitória Drehmer/Autoesporte

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), Marcelo Godoy, classificou a inclusão dos carros elétricos no chamado Imposto Seletivo (IS) como “anomalia do sistema”.

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O texto inicial enviado ao Congresso pelo Ministério da Fazenda excluía os veículos elétricos da proposta. O tributo incidiria em produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Já estavam na lista: carros a combustão (inclusive híbridos com motores a gasolina ou flex), embarcações e aeronaves, cigarros, bebidas açucaradas e alcoólicas, além de minerais extraídos da natureza.

Em um segundo momento, o grupo de trabalho criado pela Câmara dos Deputados para tratar da regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/24) incluiu, a pedidos, os automóveis elétricos na discussão com a justificativa do “impacto ambiental causado pelas baterias que alimentam estes tipos de veículos”.

Mas como isso afetará os preços dos carros a partir de 2027? Segundo o consultor Cassio Pagliarini, da Bright, o novo imposto vai acabar com o “reinado dos motores de 1 litro” com os novos critérios de graduação.

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“Os 1.0 turbo devem subir de preço porque eles eram cobrados como cilindrada, o que não faz sentido. Motor 1.0 tem 70, 80 cv de potência, mas o turbo dá 120, 130 cv com a mesma taxação”, afirma.

Em artigo publicado antes da aprovação, a Bright Consulting diz acreditar que o Imposto Verde —outro nome dado ao “Imposto do Pecado”— deverá ter uma amplitude similar ao atual IPI, com valores entre 5% e 20% e distribuídos entre veículos puros a combustão com todo o espectro das alíquotas segundo sua potência e combustível e veículos eletrificados seguirão regras semelhantes, com potência e combustível dirigindo a taxação.

“Modelagens criadas dentro do Bright Lab apontam para um cenário onde a arrecadação de impostos dos veículos leves pode subir até 4%, o que elevará os riscos de um crescimento menor do mercado em 2025 quando combinamos este fator ao cenário macroeconômico de menor crescimento e aumento das taxas de juros”, escreveu Pagliarini.

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