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MPF investiga acesso à água potável em aldeias indígenas do Acre

O Ministério Público Federal (MPF) no Acre abriu um inquérito civil para investigar a situação precária do acesso à água potável em aldeias indígenas da Terra Indígena (TI) Rio Gregório, em Tarauacá. A investigação foi motivada por denúncias de moradores das aldeias Panaya e Vinõya, que relatam problemas de saúde relacionados à água contaminada.
O cacique Kamarati Noke Kuin, da aldeia Panaya, denunciou que a água consumida pelas comunidades fica contaminada pelo barro durante o período de chuvas, levando a doenças, principalmente entre as crianças. A aldeia Vinõya, por sua vez, enfrenta casos recorrentes de diarreia e vômito, atribuídos ao consumo da água do rio.
A falta de orientação adequada sobre o uso do hipoclorito, fornecido pela equipe de saúde, também preocupa os moradores. A comunidade da aldeia Vinõya teme usar o produto por falta de conhecimento sobre sua importância e o modo correto de aplicação.
O MPF exige que o Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Juruá (DSEI-ARJ) apresente, em 15 dias, um plano detalhado de ações para solucionar os problemas de acesso à água potável nas aldeias. Entre as medidas esperadas estão:
-Instalação e manutenção de poços artesianos;
-Distribuição de filtros de barro;
-Contratação de agentes de saneamento;
-Campanhas de conscientização sobre o uso do hipoclorito.
O inquérito civil, com prazo inicial de um ano, busca garantir que o DSEI-ARJ tome medidas concretas para melhorar as condições de saúde e o abastecimento de água nas aldeias indígenas da TI Rio Gregório, garantindo o direito fundamental ao acesso à água potável e segura para as comunidades.
