Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

CIDADES

Se asas de aeronave não tivessem colidido antes, acidente em Ubatuba teria feito mais vítimas, aponta especialista

Publicado em

Avião que explodiu em Ubatuba é de fazendeiro de Goiás Foto: Reprodução

O acidente que ocorreu com uma aeronave de pequeno porte em Ubatuba, no litoral paulista, durante a manhã desta quinta-feira, 9, poderia ter sido ainda mais grave. É o que aponta o perito aeronáutico Daniel Calazans, em entrevista ao Terra. Caso as asas não tivessem despendido do avião, todo o corpo do veículo poderia ter pegado fogo e, provavelmente, todos teriam morrido.

Isso porque, conforme explica o especialista, nas asas é que fica todo o combustível. “O  interessante é que quando ele colidiu contra a pista de skate, as asas ficaram ali. As asas saíram e explodiu, o combustível se queimou ali mesmo, não acompanhou todo o corpo da aeronave. Se as asas não tivessem rompido, elas teriam ido junto com o avião e teria explodido. Aí, provavelmente não teria sobrevivido ninguém”.

Imagens mostram o momento em que o avião atravessa a avenida, nas proximidades do Aeroporto de Ubatuba, administrado pela Rede VOA, colide contra a pista de skate, localizada na orla da praia de Cruzeiro, explode e só para quando cai no mar.

Continua depois da publicidade

Cinco pessoas estavam a bordo, segundo o Corpo de Bombeiros. Dois adultos e duas crianças foram socorridos com vida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O piloto ficou preso às ferragens, não resistiu e morreu.

Calazans afirma que, embora a aeronave seja de pequeno porte, tem uma alta performance, portanto, grande velocidade de decolagem e de pouso. Justamente por ser um jato, precisa de um comprimento mínimo de pista, e quanto mais pesada, mais pista precisa para pousar.

“A pista ali era de 940 metros, só que tinha 380 metros indisponíveis. Então, caía ali para torno de 600, 560 metros. Então eu já faço uma pergunta: o comprimento de pista disponível era viável para aquele pouso?”, questiona.

Pelas imagens que viu, o especialista não sabe dizer se o piloto estava tentando parar o avião ou arremeter. “Em todo caso, ele estava muito veloz, não conseguiu parar pela velocidade, e, devido a isso, ele ultrapassou o limite da pista, aí foi levando tudo que tinha para frente”, destaca.

Sobre as questões meteorológicas, o perito aeronáutico frisa que não conseguiu mensurar, mas que não pareciam boas para a aterrissagem. Se a pista estiver molhada, por exemplo, pode complicar o pouso.

“Quando a aeronave vai realizar um voo, o piloto faz um cálculo. O cálculo que ele faz é o seguinte: pista da aeronave, número de passageiros, comprimentos da pista e pista molhada. Então, se a pista estiver molhada, o avião tem menos atrito, portanto, ele vai precisar de mais pistas. Dependendo do quão molhada estava a pista, esse fator pode, sim, ter comprometido. Depois as autoridades vão checar se as condições meteorológicas eram favoráveis ou não para aquele tipo de voo”, finaliza.

Continua depois da publicidade

Acidente

A explosão ocorreu nas proximidades do Aeroporto de Ubatuba, administrado pela Rede VOA. A empresa informou, por meio de nota, que a aeronave de prefixo PR-GFS, modelo Cessna Citation 525 CJ1, havia decolado do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás (SWME), com as cinco pessoas a bordo e tentava realizar um pouso em Ubatuba. No entanto, as condições meteorológicas estavam adversas, com chuva e pista molhada.

De acordo com a Prefeitura de Ubatuba, até o momento, há registros de seis vítimas, sendo cinco na aeronave (três adultos e duas crianças) e uma mulher que passava pelo local, foi correr e acabou torcendo o pé. Às 11h23 foi confirmado o óbito do piloto.

Segundo informações da Santa Casa, cinco vítimas estão foram atendidas no hospital, todas em estado estável. Uma delas não estava a bordo da aeronave. A mãe e as duas crianças que estavam no voo foram transferidas para o Hospital Regional de Caraguatatuba, cidade vizinha de onde ocorreu o acidente. Elas não correm risco de morrer, segundo o Corpo de Bombeiros.

Equipes da Defesa Civil, da Guarda Civil Municipal (GCM), da Secretaria de Segurança, dos bombeiros e da Polícia Militar estão no local, realizando o isolamento e a retirada das vítimas. No momento, estão presentes cinco viaturas do Corpo de Bombeiros e 12 militares da corporação.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que acionou investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizado em São Paulo (SP), para realizar a Ação Inicial da ocorrência.

A Ação Inicial envolve o uso de técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado, para a coleta e confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial dos danos causados à aeronave ou por ela, e o levantamento de outras informações essenciais para a investigação.

 

Propaganda
Advertisement
plugins premium WordPress