GERAL
Ponte do Caeté será fechada; balsa e ponte móvel garantem travessia
A ponte sobre o Rio Caeté, localizada na BR-364, será fechada em breve, com uma nova estrutura a ser erguida no local. Classificada como risco 1 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a ponte antiga será demolida, e a licitação para a construção da nova ponte está prevista para ocorrer em junho deste ano. Após o início das obras, a conclusão está estimada para um ano e meio.
Enquanto a nova ponte não é construída, a travessia de veículos e pedestres será realizada por meio de uma balsa que operará 24 horas por dia. Além disso, há a possibilidade de instalação de uma ponte metálica móvel do Exército, que poderá ser utilizada para veículos de pequeno porte.
Inaugurada em 2008, a ponte de 210 metros sobre o Rio Caeté apresentou sérios problemas estruturais, incluindo o deslocamento de um de seus pilares, que cedeu cerca de dois metros e meio. Vistorias recentes revelaram novas movimentações na margem do rio, levando o DNIT a declarar a situação de emergência da ponte em 8 de janeiro.
“O fechamento da ponte deve ocorrer até o final da próxima semana. Desde 2023, iniciamos uma análise detalhada da situação, convocando os melhores especialistas. Observamos dois platôs sob a estrutura, que apresentam movimentos de terra. Um dos pilares está se deslocando horizontalmente, e a situação exige uma resposta imediata. Vamos implementar um pontilhão em ambos os lados do rio e estamos considerando a cedência de uma ponte metálica para pequenos veículos pelo Exército. Durante o verão, usaremos a balsa como uma ponte”, explicou Ricardo Araújo, superintendente do DNIT no Acre.
Impacto na Logística e no Comércio Local
O fechamento da ponte gera preocupações entre os moradores e comerciantes das cidades que dependem da BR-364, além de motoristas e caminhoneiros. A balsa, que tem capacidade para 300 toneladas, poderá transportar apenas um caminhão ou ônibus de cada vez, o que aumentará consideravelmente o tempo de viagem entre Rio Branco e as cidades do Vale do Juruá. Apesar da operação contínua da balsa, os caminhoneiros expressam receios quanto à capacidade de transporte. “Haverá filas constantes para a travessia”, prevê Emílio Souza, caminhoneiro que realiza fretes entre São Paulo e Cruzeiro do Sul. “Eu e outros motoristas estaremos reconsiderando nossas viagens para cá”, acrescentou.
Atualmente, a viagem de ônibus entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul leva cerca de 12 horas, mas esse tempo deve aumentar devido à nova logística de travessia no Rio Caeté. Essa situação pode resultar em um aumento nos custos de frete e, consequentemente, nos preços das mercadorias em cidades como Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
“Espero que consigam resolver essa situação rapidamente, pois a monitorização já ocorre há algum tempo. Acredito que as autoridades agirão com responsabilidade para garantir a segurança necessária”, comentou Luís Cunha, presidente da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul.