RIO BRANCO
Acre: Uma tragédia silenciosa; números alarmantes de feminicídios e tentativas expõem a violência contra a mulher

O estado do Acre enfrenta uma realidade assustadora de violência contra a mulher, com números alarmantes de feminicídios e tentativas de feminicídio. Entre 2018 e dezembro de 2024, foram registrados 77 feminicídios consumados e 111 tentativas, segundo dados do “Feminicidômetro” do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC).
A cada ano, a violência contra a mulher no Acre se mostra uma realidade cruel e persistente, com 118 crianças órfãs em decorrência da perda de suas mães. Os dados dou “Feminicidômetro” revelam um cenário preocupante, com 75% dos crimes ocorrendo na residência da vítima, o que demonstra a vulnerabilidade das mulheres em seus próprios lares.
A maioria das vítimas (86%) são mulheres pretas ou pardas, evidenciando o racismo estrutural que permeia a violência contra a mulher. A arma branca foi o instrumento mais utilizado nos crimes (60,56%), seguida de armas de fogo (29,58%).
O interior do estado concentra a maioria dos casos (63%), com Rio Branco, a capital, registrando 37% dos feminicídios. As vítimas, em sua maioria, são mulheres que desempenham funções essenciais para au sociedade, como donas de casa (21 casos), autônomas (6 casos), estudantes (10 casos) e empregadas domésticas (3 casos).
O Acre ocupa a segunda posição no ranking nacional de taxa de feminicídios em 2023, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Essa triste realidade exige ações urgentes e eficazes para combater a violência contra a mulher no estado, desde a prevenção até a punição dos agressores.
A situação jurídica dos autores dos crimes, com 31 condenados, 8 foragidos e 8 suicídios, demonstra a necessidade de ações mais eficazes para garantir a justiça e a segurança das mulheres acreanas. A sociedade precisa se mobilizar para combater essa tragédia silenciosa e garantir que o Acre seja um lugar mais seguro para as mulheres.
