ENTRETENIMENTO
Heavy metal e neonazismo: Historiador acreano esclarece relação no Fantástico

O programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu no último domingo (26) uma reportagem sobre o crescimento de bandas extremistas no Brasil, que utilizam o black metal para propagar discursos de ódio. O historiador e professor doutor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Wlisses James, especialista em heavy metal, participou da reportagem e explicou a complexa relação entre o gênero musical e o neonazismo.
O relatório da organização Stop Hate Brasil, que motivou a reportagem, identificou 125 grupos extremistas no país, com maior concentração em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Essas bandas, que já lançaram mais de 650 álbuns, mantêm conexões com grupos neonazistas de outros países e utilizam plataformas digitais para disseminar suas ideias.
Wlisses James, durante a entrevista, enfatizou que o extremismo violento praticado por essas bandas não representa a essência do black metal ou do heavy metal como um todo. Ele destacou que essas bandas se isolam em eventos restritos e não são bem-vindas em outros eventos do gênero. “O black metal, em sua essência, é contra esse tipo de ideologia”, afirmou o historiador acreano.
A reportagem também revelou a existência de um canal terrorista no Telegram, chamado “Terrorgram”, utilizado por esses grupos para recrutar jovens para ações violentas e supremacistas. O canal é administrado, em parte, por Ciro Daniel Amorim Ferreira, que consta na lista de terroristas do governo dos Estados Unidos.
A Polícia Federal, em parceria com as autoridades americanas, intensificará as ações contra Ferreira e outros envolvidos, incluindo medidas administrativas, bloqueio financeiro e ações penais. A força policial também criou uma unidade específica para combater o extremismo no Brasil.
A reportagem do Fantástico trouxe à tona a importância de se discutir o extremismo no Brasil, especialmente a relação entre o black metal e o neonazismo. A participação do historiador acreano Wlisses James na reportagem contribuiu para esclarecer a complexa relação entre o gênero musical e a ideologia extremista, mostrando que o heavy metal, em sua essência, não se alinha com a violência e o ódio.
