GERAL
ICMS e defasagem da Petrobras elevam preços de combustíveis

O ano de 2025 começou com uma má notícia para o bolso do brasileiro: a gasolina e o diesel estão prestes a ficar mais caros. A combinação de uma defasagem nos preços dos combustíveis praticados pela Petrobras e o reajuste do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) promete inflacionar ainda mais a economia, especialmente no setor de alimentos, e colocar em xeque o governo Lula em sua missão de conter a escalada de preços.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou ao presidente Lula que o diesel sofrerá um reajuste, justificando a medida pela defasagem entre os preços praticados no Brasil e no mercado internacional. O diesel, com uma defasagem estimada entre 14% e 17%, sofrerá um aumento ainda não definido pela Petrobras, além do reajuste do ICMS previsto para 1º de fevereiro. A gasolina e o álcool também serão reajustados, mas apenas pelo ICMS.
O aumento do ICMS, aprovado em outubro de 2024, significa um acréscimo de R$ 0,10 por litro na gasolina e no etanol, e de R$ 0,06 por litro no diesel e biodiesel. O imposto sobre a gasolina passará para R$ 1,47 por litro, e o do diesel para R$ 1,12.
A Petrobras, após um ano inteiro (2024) sem reajustar o diesel, enfrenta a pressão de investidores para corrigir a defasagem, temendo uma intervenção do governo nos preços da estatal, como ocorreu no governo Dilma Rousseff. A contenção artificial de preços naquela época resultou em um prejuízo de R$ 100 bilhões para a Petrobras, um alerta para os riscos de políticas intervencionistas.
Os reajustes nos combustíveis prometem impactar diretamente a inflação, especialmente no preço dos alimentos. O diesel, fundamental para o transporte de cargas, impacta diretamente o custo do frete, aumentando o preço final dos produtos. A gasolina também terá impacto direto no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), aumentando a pressão sobre a inflação geral.
A situação coloca o governo Lula em uma posição delicada. A alta nos preços dos alimentos, já um peso na avaliação do governo, será agravada pelo aumento do diesel. O Banco Central, para conter a inflação, pode ser forçado a manter a trajetória de alta dos juros, uma medida que impacta negativamente o crescimento econômico.
O cenário é preocupante, com a inflação projetada para superar o teto da meta em 2025. O aumento da gasolina e do diesel coloca o governo Lula em uma encruzilhada: como equilibrar a necessidade de controlar os preços sem prejudicar a economia e a saúde financeira da Petrobras? As próximas semanas serão cruciais para avaliar as consequências dessas medidas e as estratégias do governo para minimizar os impactos.
