MUNDO
Trump ignora crítica mundial e volta defender que Israel entregue Gaza aos EUA após guerra
Em meio a reações negativas no cenário internacional, Donald Trump reforçou nesta quinta-feira (6) sua proposta de que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza após o conflito. A declaração ocorre um dia depois de sua primeira fala sobre o tema, que gerou críticas e questionamentos de diversos setores políticos e diplomáticos.
O ex-presidente norte-americano voltou a defender que os palestinos sejam “reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas na região” do Oriente Médio. Ele afirmou que, sob a liderança dos EUA, Gaza poderia ser transformada “em um dos maiores desenvolvimentos do tipo na Terra”.
A proposta levantou dúvidas sobre sua viabilidade e sobre possíveis negociações com autoridades israelenses. Até o momento, Trump não deixou claro se sua sugestão foi discutida com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, ou se trata-se de uma iniciativa exclusivamente sua.
Gaza sob controle dos EUA: plano viável ou retórica de campanha?
A declaração de Trump foi feita em uma postagem na Truth Social, sua própria rede social. No texto, ele sustentou que a medida garantiria mais qualidade de vida aos palestinos e estabilidade para a região.
“Eles realmente teriam uma chance de serem felizes, seguros e livres. Os EUA, trabalhando com grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo, começariam lenta e cuidadosamente a construção do que se tornaria um dos maiores e mais espetaculares desenvolvimentos desse tipo na Terra. Nenhum soldado dos EUA seria necessário! A estabilidade para a região reinaria!!!”, escreveu.
A fala gerou forte repercussão entre diplomatas e analistas. Especialistas apontam que a ideia esbarra em obstáculos políticos, jurídicos e humanitários. O reassentamento forçado da população palestina violaria tratados internacionais, e a reconstrução de Gaza exigiria bilhões de dólares em investimentos.
Além disso, a proposta não especifica como os EUA tomariam o território nem qual seria a reação de Israel e dos próprios palestinos. O governo de Benjamin Netanyahu tem reafirmado que não pretende permitir a presença de tropas estrangeiras em Gaza após a guerra.
Diante da controvérsia, a Casa Branca tentou minimizar a fala de Trump. Na quarta-feira (5), a porta-voz Karoline Leavitt esclareceu que o deslocamento da população palestina não seria permanente e que os EUA não pagariam pela reconstrução de Gaza.