Penitenciária Federal de Mossoró: Um ano após fuga histórica, muralha segue inacabada, mas segurança reforçada

Quase um ano após a fuga de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, a primeira da história do sistema prisional federal brasileiro, a Penitenciária Federal de Mossoró passou por diversas mudanças estruturais e de segurança, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Apesar disso, a construção da muralha externa, considerada crucial para evitar novas fugas, ainda não foi concluída.

Segurança reforçada:

-Câmeras: O número de câmeras de segurança mais que dobrou, passando de 75 para 194 de alta qualidade. Além disso, foram instaladas novas câmeras na RN-015, monitorando o acesso à unidade.

-Vigilância: O sistema de vigilância foi aprimorado com novos monitores, leitores faciais, catracas com reconhecimento facial, aparelhos de raio-x e um drone para vigilância noturna.

-Estruturas: As grades dos shafts (áreas de dutos e fiação) foram reforçadas, impedindo o acesso ao telhado. As luminárias das celas receberam reforço estrutural, e as celas de isolamento, triagem, áreas de saúde e vivência foram reformadas para eliminar pontos vulneráveis.

Muralha em construção:

-Atraso: A construção da muralha externa, orçada em R$ 28,6 milhões, ainda não foi concluída. O MJSP informou que o canteiro de obras foi instalado em fevereiro deste ano, com previsão de conclusão entre 12 e 18 meses.

-Importância: O corregedor substituto da penitenciária, juiz Halisson Bezerra, afirma que a muralha é essencial para impedir a repetição da fuga e que se a estrutura estivesse pronta, os detentos não teriam conseguido escapar.

Após a fuga, três investigações administrativas foram abertas contra dez agentes penitenciários. Como resultado, quatro foram suspensos por 30 dias, dois assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e uma terceira apuração ainda está em andamento. Além disso, duas Investigações Preliminares Sumárias (IPSs) continuam em curso.

O corregedor afirma que as mudanças implementadas reforçaram a segurança da penitenciária, tornando uma nova fuga praticamente impossível caso os protocolos de segurança sejam seguidos corretamente.

Deibson Nascimento e Rogério Mendonça foram recapturados em Marabá, no Pará, após 50 dias foragidos. Em outubro de 2024, eles foram transferidos para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).

A fuga histórica na Penitenciária Federal de Mossoró reforça a necessidade de investimentos constantes em infraestrutura e tecnologia nas unidades prisionais para garantir a segurança de detentos, agentes e da sociedade. A importância da formação e do treinamento dos agentes penitenciários também é fundamental para a prevenção de fugas e para o cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança.