PCC e CV selam trégua em seis estados, incluindo o Acre

Um relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) revelou uma trégua inédita entre o PCC e o CV, as maiores facções criminosas do Brasil. O acordo, já em vigor em seis estados, incluindo o Acre, é um sinal de mudança no cenário do crime organizado.

Mensagens interceptadas entre membros das facções indicam um pacto de não agressão, com o PCC proibindo mortes em todos os estados e o CV suspendendo ataques ao PCC desde 11 de fevereiro. Essa aparente trégua levanta questionamentos sobre a real intenção por trás do acordo.

Líderes de alto escalão das facções, como Marcola (PCC) e Marcinho VP (CV), estão coordenando ações conjuntas com foco no sistema penitenciário federal. O objetivo principal é flexibilizar o regime disciplinar diferenciado (RDD), que impõe isolamento rigoroso a presos de alta periculosidade.

As facções estão utilizando estratégias para pressionar o governo a reduzir as restrições do RDD. As demandas incluem a retomada de visitas íntimas e a flexibilização do isolamento. Essa aliança inédita entre as facções levanta preocupações sobre o impacto no sistema prisional e na segurança pública.

Apesar da trégua, o Acre registrou mortes nos últimos dias, incluindo a execução do jovem Micaias Santos Almeida. A vítima foi morta por membros da facção Bonde dos 13, evidenciando que a trégua entre PCC e CV não necessariamente impede a violência em outros grupos criminosos.

A trégua entre PCC e CV, se confirmada, representa um momento crucial para o crime organizado no Brasil. A união de forças para pressionar o governo e flexibilizar o sistema prisional levanta preocupações sobre a segurança pública e a influência das facções no cenário político. A situação exige atenção e medidas eficazes para garantir a segurança da população e o controle do crime organizado.