Operação “Fake Work” desarticula golpe das missões em seis Estados, com três prisões no Acre

Uma ação conjunta das Polícias Civis de Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Acre resultou na desarticulação de uma organização criminosa responsável pelo “golpe das missões” em uma operação nacional batizada de “Fake Work”. Deflagrada na manhã desta quarta-feira (19), a operação cumpriu 20 decisões judiciais, incluindo mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, em diversas cidades, incluindo Rio Branco e Tarauacá no Acre.

No Acre, três pessoas foram presas por participação direta no esquema, que movimentou cerca de R$ 93 milhões em todo o país. A investigação teve início após uma vítima em Goiânia denunciar um prejuízo de R$ 109.300,00.

O golpe consistia na promessa de ganhos financeiros fáceis por meio de tarefas simples online, como curtir publicações e avaliar estabelecimentos. As vítimas eram incentivadas a investir valores cada vez maiores, sob a falsa promessa de retornos expressivos que nunca se concretizavam.

As apurações revelaram que pelo menos 716 pessoas foram vítimas do esquema em todo o Brasil. A maior parte dos valores arrecadados pela organização criminosa, cerca de 83% do total, foi transferida para uma empresa de fachada sediada em Goiânia, utilizada para lavagem de dinheiro por meio da técnica da “mescla”, que mistura recursos lícitos e ilícitos para dificultar o rastreamento financeiro.

O proprietário da empresa já possuía antecedentes criminais, tendo sido preso anteriormente pela Polícia Federal por envolvimento em operações de lavagem de dinheiro, incluindo transações internacionais na Rússia.

A operação “Fake Work” demonstra o alcance e a sofisticação de esquemas de fraude eletrônica que se espalham pelo país, e destaca a importância da cooperação entre as forças policiais para combater esse tipo de crime. A prisão dos envolvidos no Acre é um passo crucial para desarticular a organização criminosa e evitar que mais pessoas sejam vítimas do golpe.