RIO BRANCO
Rainhas Trans e Gay do Carnaval de Rio Branco: Representatividade e a luta contra o preconceito

O Carnaval da Família 2025 em Rio Branco, Acre, escreveu um novo capítulo na história da inclusão ao coroar Natacha Houston e Katarina Brandão, como rainhas trans e gay, respectivamente. Em entrevista, elas compartilharam suas trajetórias, os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ e a importância de sua conquista.
Natacha Houston, de 27 anos, moradora do bairro Conquista, conquistou o título pela primeira vez após ter ficado em segundo lugar em 2018. Para ela, a participação no concurso foi uma experiência de autodescoberta, sem a expectativa de vitória. A decisão de não ser rainha de um bloco específico foi uma escolha pessoal, priorizando a experiência individual em detrimento dos compromissos de um bloco.
Katarina Brandão, de 25 anos, também do bairro Conquista, superou candidatas experientes, incluindo a tetracampeã Munique Agatha, para conquistar seu primeiro título. Sua vitória simboliza a quebra de padrões de beleza e a inclusão de diferentes perfis no concurso. A preparação exigiu um investimento considerável em fantasias, com apoio do seu bloco, amigos e recursos próprios.
Ambas as rainhas destacaram a importância da visibilidade em eventos como o Carnaval para combater o preconceito e incentivar outras pessoas LGBTQIA+ a não se esconderem. Natacha, ao abordar sua transição, enfatizou que não se trata de uma escolha, mas de um processo natural de autodescoberta e afirmação de identidade, enfrentando o preconceito com resiliência e buscando a igualdade de direitos.
Katarina, que participou do bloco da Sambase desde 2019, ressaltou a importância de mostrar que a competição não se limita a padrões estéticos, mas celebra a diversidade e a participação de todos.
A conquista das rainhas trans e gay representa um marco significativo para a comunidade LGBTQIA+ do Acre, demonstrando a crescente visibilidade e a luta contínua por igualdade e respeito. Suas histórias inspiram outras pessoas a se assumirem e a lutar por seus direitos, em busca de um futuro mais inclusivo e livre de preconceitos.
Fotos: Sérgio Vale/ac24horas
