RIO BRANCO
Sambase abre desfile sob chuva e evoca a Revolução Acreana no Carnaval da Família 2025

A chuva não intimidou a energia contagiante do Carnaval da Família 2025 em Rio Branco. Sob um céu cinzento, o bloco Sambase abriu o desfile na Rua Rui Barbosa, marcando o início da disputa acirrada pelo título de melhor bloco da capital acreana.
Fundado em 1978 no bairro da Base, o Sambase é um dos blocos mais tradicionais da cidade, com três títulos em sua história, incluindo a conquista de 2023. Neste ano, o bloco apresenta o samba-enredo “Um grito de liberdade que ecoa na história”, uma homenagem à Revolução Acreana, composto por Julinho Marinheiro, Sandrinho da Base e Neyzão do Cavaco. A canção, interpretada pelos próprios compositores, além de Agleisson Madureira e Paulo Heverton, conta com a presença da rainha da bateria, Karol Bombom.
Com cerca de 300 integrantes, 50 ritmistas na bateria e três carros alegóricos, o Sambase promete um espetáculo grandioso e emocionante para o público. A disputa pelo título é acirrada, com os blocos sendo avaliados por seis jurados em seis quesitos: Harmonia, Alegorias, Rainha de Bateria, Comissão de Frente, Samba-enredo e Bateria. A pontuação varia entre 7 a 10, definindo o bloco que irá levar para casa o prêmio de R$ 6.375 e o título de campeão do Carnaval da Família 2025.
A chuva pode ter tentado diminuir o brilho da festa, mas a paixão pelo Carnaval e a energia dos blocos se mostraram mais fortes, promovendo um dia de muita música, dança e tradição em Rio Branco. O Carnaval da Família 2025, mesmo sob a chuva, continua a celebrar a cultura e a alegria do povo acreano.
Veja a letra do samba-enredo do Bloco Sambase:
Escorre o suor no rosto do seringueiro
Valente guerreiro veio pra desbravar
No coração da floresta, o sonho brilha no olhar
Cansado da opressão, para a Bolívia o povo disse não.
Chora, seringueira,
Começou a revolução,
Plácido veio para comandar as batalhas.
Em Puerto Alonso, a vitória conquistada
O tratado assinado
Pátria amada, mãe gentil,
O Acre foi comprado pro Brasil.
Mas essa história também teve um triste fim:
Vinha montado em seu cavalo, foi emboscado; Plácido foi tombado.
A estrela altaneira, representando nossos heróis,
Trêmula nossa bandeira
Hasteada noite e dia no calçadão da Gameleira.
Vem na pancada, bateria, bate forte esse surdão.
Vamos juntos na avenida, salve a revolução.
Sambase entoa no seu canto,
Bato no peito com orgulho: sou acreano!
Ecoou na selva o grito de um povo guerreiro,
Que derramou seu sangue de herói pra esse chão ser território brasileiro.
Ecoou na selva o grito de um povo guerreiro,
Que derramou seu sangue de herói pra esse chão ser brasileiro.
Vídeo: Ac24horas
