Cheia do Acre: Abastecimento de Água em Rio Branco pode durar até sexta

A cidade de Rio Branco enfrenta uma crise hídrica sem precedentes, com o Rio Acre em níveis históricos e impactando diretamente o abastecimento de água. As Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II, responsáveis por fornecer água para a população, foram severamente danificadas pela força da correnteza, que causou o tombamento de flutuantes e danos às bombas de captação.

O diretor do Sistema de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, descreveu a situação como emergencial, com equipes trabalhando incansavelmente, muitas vezes até de madrugada, para tentar restabelecer o serviço. A principal dificuldade reside na remoção de balseiros, troncos e detritos que obstruem a captação de água e impedem o funcionamento das bombas.

Apesar dos esforços, a previsão para a normalização do abastecimento ainda é incerta, dependendo da força da correnteza e da estabilização do nível do rio, fatores que fogem do controle do Saerb. A expectativa é de que a ETA I volte a operar até o início da manhã de sexta-feira, enquanto a ETA II pode levar mais tempo.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Mauro Bezerra, denunciou a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o não pagamento de horas extras para os trabalhadores do Saerb, mas Enoque Pereira refutou as alegações, garantindo que os servidores recebem os materiais necessários e são devidamente remunerados.

Como solução de longo prazo, o Saerb conta com um recurso de mais de R$ 13 milhões do governo estadual para a construção de uma nova captação de água a 200 metros do ponto atual, visando minimizar os impactos das cheias futuras. O problema em Rio Branco reflete a vulnerabilidade das cidades amazônicas que dependem da captação de água diretamente de rios, um problema recorrente na região.