RIO BRANCO
Ribeirinhos e produtores rurais denunciam descaso com o escoamento da produção via fluvial pelo Porto da Cadeia Velha

Na tarde de terça-feira (1º), produtores rurais e ribeirinhos chamaram a equipe de reportagem para denunciar o descaso com as condições de trabalho no porto de carga e descarga localizado no bairro Cadeia Velha. O local é essencial para o escoamento da produção agrícola destinada à merenda escolar.
O porto é utilizado por diversas comunidades ribeirinhas e associações, como Belo Jardim, Catuaba, Liberdade, Extrema, Judia e Panorama Ribeirinho. Trata-se do antigo cais, atualmente conhecido como Colônia de Pescadores.
Os produtores da Associação dos Produtores Rurais do Panorama Ribeirinho descarregaram 3,5 toneladas de cupuaçu. No entanto, vídeos registraram a dificuldade da operação, uma vez que a rampa de acesso ao rio está coberta de lama deixada pela água, inviabilizando a passagem. Para contornar o problema, os produtores são obrigados a carregar as caixas de frutas por cima do barranco, enfrentando barro e lama até a altura dos joelhos.
Eles reivindicam pelo menos uma máquina para retirar a lama e o barro que dificultam o trabalho, especialmente quando o nível do rio baixa. Durante esse período, a rampa fica escorregadia, tornando-se inacessível, o que obriga os trabalhadores a buscar caminhos alternativos, igualmente difíceis. “Chega a ser desumano descarregar 3,5 toneladas de cupuaçu com caixas pesadas, atolados no barro”, afirmou um dos produtores.
“Nós precisamos que as autoridades olhem por nós. Não há condições de trabalhar dessa forma. São toneladas de frutas e outros produtos que precisamos retirar das embarcações e colocar nos caminhões, mas, assim, está muito difícil. Não tem condições”, disse o produtor rural Francisco de Assis.
Além disso, segundo os trabalhadores, o porto não conta com iluminação, o que impossibilita as operações durante a noite ou de madrugada, horários em que também chegam embarcações para carga e descarga.
